Veneno, sim. Defensivo agrícola, não. As coisas precisam ser chamadas pelo o que são e pelos riscos que elas promovem. Essa é a avaliação do programa Senge Play do último dia 30 de junho, que abordou o tema “Agrotóxicos no Paraná, a legislação e seus efeitos”. O programa contou com a participação de Eduardo Agostinho dos Santos, coordenador Estadual do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-PR Iapar Emater) e diretor regional do Senge. Participou também a advogada Naiara Bittencourt. Ela abordou a “Legislação sobre agrotóxicos e a implicação sobre as comunidades e profissionais”.
Naiara abordou como o Brasil tem passado por mudanças drásticas na legislação relativa à utilização dos agrotóxicos. Também discutiu que mudar a denominação “agrotóxicos” para defensivos agrícolas é mascarar a realidade de um país que já aprovou 1.560 novos ingredientes ativos entre janeiro de 2019 a fevereiro de 2021. A advogada ainda abordou projeto de lei que desregulamenta o uso de agrotóxicos e foi discutido no Senado e das leis que favoreçam a alimentação saudável e segurança alimentar.
Já Eduardo Agostinho comentou sobre o Workshop sobre agrotóxicos realizado em Maringá e quais foram os pontos mais importantes que foram discutidos.Ainda comentou a contaminação do lençol freático do Paraná. Estudo da Unioeste (Universidade do Oeste do Paraná) e da universidade americana Harvard encontrou níveis elevados de 11 agrotóxicos na água que abastece 127 cidades produtoras de grãos no oeste do Paraná, onde vivem 5,5 milhões de pessoas. Segundo o estudo, o problema está associado a pelo menos 542 casos de câncer.
Para o especialista, o campo não pode se comportar conforme o interesse das empresas que produzem veneno. Ele comenta que falta acompanhamento técnico do mercado e de profissionais para ensinar o correto manejo. Segundo o engenheiro agrônomo, é fundamental investir em pesquisa no processo de controle, redução e substituição do uso dos agrotóxicos.
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Fonte: Senge-PR