Engenheiros e engenheiras delegados do 11º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros, Consenge, em Curitiba-PR, aprovaram diretrizes que vão orientar a atuação da Fisenge e seus sindicatos para os próximos três anos. Dividido em dois blocos, com os temas principais “Proteção social e do trabalho” e “O desenvolvimento e a Soberania Nacional”, as propostas aprovadas em plenária são resultado dos oito grupos de trabalho que aconteceram durante os dias 7 e 8 de setembro, durante o Consenge. Os temas abordados foram: organização e formação sindical; resistência social e sindical; o ensino da engenharia; transformações do mundo do trabalho; fortalecimento do estado brasileiro; políticas públicas com visão soberana de estado, o papel da engenharia para o desenvolvimento sustentável e recursos naturais e serviços públicos a favor da soberania nacional.
Fortalecer a formação política e sindical dos trabalhadores, diante da realidade atual que permeia as relações de trabalho, esteve entre as propostas aprovadas dentro do tema “Proteção social e do trabalho”. Como também, promover a comunicação estruturada para as diversas mídias e unificada entre os estados, estreitar laços com movimentos sociais, entidades de classe e grupos da sociedade organizada, aproximar o movimento sindical da comunidade e das universidades.
Ensino à distância
O debate a respeito dos cursos de graduação na área da engenharia e agronomia ministrados por Educação à Distância (EAD) foi caloroso. A proposta é ser contra a aprovação de curso predominantemente EAD. “O nosso entendimento é de que tem que ter uma limitação de 20% no máximo, no uso dessa ferramenta, que é muito importante, mas que não pode ser a base do ensino da graduação nas áreas de engenharia e agronomia”, defende o diretor da Fisenge e do Seagro-SC, Jorge Dotti.
Setor Elétrico
Em “O desenvolvimento e a Soberania Nacional”, foi o debate em defesa do setor elétrico que orientou parte das propostas. Os delegados e as delegadas aprovaram a defesa intransigente para que não seja vendido o sistema Eletrobras. “A questão da privatização do setor elétrico não se restringe apenas a uma questão ideológica de ser contra ou a favor a uma determinada situação imposta pelo governo. Estamos falando da vida, a energia elétrica é fundamental ao ser humano e é essencial compreender que não é mercadoria. Não podemos considerar a energia elétrica como uma commoditie, para variar seu valor de acordo com o interesse do mercado”, afirma Gunter Angelkorte, diretor do Senge-RJ. Outras propostas aprovadas foram a defesa da Petrobrás e da engenharia nacional, a promoção e incentivo à pesquisa como fator de soberania, a luta contra a terceirização e as reformas previdenciária e trabalhista, com o encaminhamento de referendo sobre a reforma trabalhista e plebiscito sobre a reforma previdenciária.
Texto: Marine Moraes
Edição: Camila Marins e Ednubia Ghisi
Foto: Joka Madruga