De discurso a sapatos: ato Pró-Palestina, no RJ, reúne mais de 500

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Na tarde do dia 8 de janeiro o Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino no Rio de Janeiro, em conjunto com diversas entidades sindicais, partidos políticos e movimentos sociais, ralizou ato Pró-Palestina na Cinelândia, Centro do Rio. Grupos árabes e mulçumanos acompanharam a manifestação. “Estamos chocados com o conflito. Pedimos em nossas orações a Allah que a humanidade se conscientize da barbárie que estão cometendo”, afirmou a mulçumana Latifa Ahmad, membro da Sociedade Beneficente Mulçumana do Rio de Janeiro.

Seu esposo, Salah Al-Din Armad Mohamad, deixou uma pergunta no ar: “Até quando os governos vão corroborar com o desrespeito à Convenção de Genebra que eles mesmos criaram?” E completou: “O Estado de Israel desrespeitou o artigo 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 9º, 12º, 13º. Todos os documentos que dão direito à sobrevivência estão sendo desrespeitados. É hora do mundo parar, colocar à parte a religiosidade e ver que estamos todos sofrendo pela ignorância dos homens”.

Mohamad faz um apelo: “As mulheres precisam mostrar a força que Deus lhes deu para gerar a vida e exigir de seus maridos e filhos o respeito pela vida e a paz. O que está acontecendo é um desrespeito à toda a humanidade, ao útero que gera a vida”. E afirmou: “Não são os mísseis ou foguetes que destroem Israel. É a falta de submissão a Deus que os destrói”.

Sapatos avante!

Às 18h a passeata saiu da Cinelândia em direção ao Consulado dos Estados Unidos. Em frente ao prédio os manifestantes atearam fogo em duas bandeiras norte-americanas e uma de Israel. Sob gritos “Estados Unidos assassinos”, “Israel fascista” e “Polícia Assassina”, os participantes lançaram sapatos velhos contra o Consulado, em referência ao episódio do jornalista iraquiano Muntader al Zaidi que lançou seus sapatos contra o presidente dos Estados Unidos George W. Bush. A Tropa de Choque da PM acompanhou toda manifestação. “Jogamos nossos sapatos para dizer que somos anti-imperialistas e para dizer que somos todos palestinos!”, afirmou Stela Santos, do Comitê em Solidariedade à Luta do Povo Palestino.

Durante a passeata, o presidente do Movimento Palestino Brasileiro pela Paz no Oriente Médio (movimento favorável ao fim do Estado de Israel e pela criação de um único Estado laico), Hassan El Gamal, recebeu um telefonema do sobrinho, que está em Gaza. “Estamos embaixo de bombardeios há 24h. Não há mais como cuidar dos feridos, pois não há mais espaço nos hospitais. Não há ninguém para tirar os feridos dos escombros. Quem escapa dos mísseis não escapa das metralhadoras dos incursionistas de terra. É Dramático”, dizia a voz do outro lado da linha.

O ato, considerado um sucesso pelas entidades organizadoras, reuniu cerca de 500 pessoas. Os manifestantes reivindicam que o Brasil rompa diplomaticamente com o Estado terrorista de Israel, propõem o cancelamento do Tratado Comercial entre Brasil e Israel e estão dispostos a mover uma campanha internacional de boicote aos produtos e corporações sionistas.

Em 13 dias de ataques Israel matou mais de 700 palestinos, a maioria civis. Muitas das vítimas são crianças. Nesta quinta-feira as forças de Israel assassinaram o motorista de um caminhão que levava ajuda humanitária a Gaza. Devido ao episódio, a ONU suspendeu temporariamente a entrada de remédios e alimentos em Gaza por considerar a missão de risco. Há dois dias Israel bombardeou uma escola da ONU em Gaza onde estavam 40 crianças.