Crise faz Vale diminuir produção. Quem paga a conta são os trabalhadores, com 1.300 demissões

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A Vale anunciou recentemente o corte de 1.300 funcionários. O motivo, de acordo com a direção da empresa, é a crise mundial que diminuiu drasticamente o volume de demandas por produtos como o ferro. A empresa divulgou que diminuirá a produção de minério de ferro em 9,2%. Mais de 5 mil trabalhadores entrarão em férias coletivas, mais de mil serão realocados em outras atividades. Tudo para enfrentar, com o mínimo de prejuízos, a crise mundial. Mas será que os funcionários é quem devem pagar por isso?

A empresa, em seu site, informa que foi interrompida a produção de minério de ferro em pelotas em duas plantas no porto de Tubarão, ES, que têm capacidade total de produção de 7,3 milhões de toneladas métricas anuais. A empresa afirma que a “decisão de reduzir a produção de pelotas deve-se à contração sem precedentes da demanda global por minério de ferro e pelotas. A parada das duas plantas vem se somar à interrupção das atividades de duas outras unidades da Vale no porto de Tubarão desde 5 de novembro de 2008, além da suspensão até meados de janeiro de 2009 da operação de duas plantas de nossa joint venture Samarco Mineração, compreendendo no total produção equivalente a 29,3 milhões de toneladas anuais de pelotas”. E informa que tudo isso trata-se de ajuste de produção.

À empresa, lucro. Aos trabalhadores, prejuízo
Ano após ano a Vale anuncia recordes em produção e lucro. Suas ações desde 2003 valorizam-se anualmente em mais de 100%. Projetos voltados para a responsabilidade social da empresa são mais uma forma de atrair investimentos e lucratividade. No entanto, a empresa utiliza a velha artimanha de demissão em massa para superar a crise. Onde está sua responsabilidade social para com seus funcionários?

A Fisenge vem a público protestar contra a decisão da empresa de redução dos quadros. Acreditamos que esta atitude joga para os funcionários o ônus da falência do sistema financeiro mundial. Mais uma vez são os trabalhadores que dividem o prejuízo entre si. Nenhum deles participou de forma ativa, democrática e equânime nos lucros da empresa em todos esses anos.

No terceiro trimestre de 2008 a Vale registrou aumento de 166,9% em relação ao mesmo período do ano passado, o que representa lucro de R$ 12,433 bilhões. A receita líquida somou R$ 20,698 bilhões, um aumento de 32%. Quem ajudou a empresa a conseguir tais resultados?  Foram os mesmos trabalhadores que estão sendo desligados da companhia. Para onde foi toda essa fortuna? Está nas mãos de quem hoje abre a porta da rua para esses mais de mil funcionários.