Funcionários denunciam que a empresa está fazendo apenas o mínimo, não chegando a cumprir as próprias normas de combate ao coronavírus
De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Paraná, os casos de contaminação explodiram no começo de 2022 e já superam a onda de julho de 2022. Apenas no dia 10 foram identificados 4.541 casos e sete mortes em decorrência da infecção causada pelo novo coronavírus. No último dia 6, por outro lado, o estado registrou 6,2 mil novos casos. A média móvel saltou 1914,5% em 09/01/2022 em relação a 14 dias atrás.
Variante circulando no KM3
No entanto, o contágio em escala massiva não tem servido para que as pessoas tomem mais cuidados com relação aos protocolos de saúde. Copelianos denunciam que muitas medidas de segurança e higiene têm sido ignoradas ou flexibilizadas. As próprias normas estabelecidas pela Copel, que já não são tão rigorosas, têm sido ignoradas. Não há fiscalização. Não há ação quando alguém descumpre os protocolos.
“A Copel está fazendo apenas o mínimo necessário para cumprir as normas de combate ao coronavírus. Fizeram um banheiro que a porta abre “automática” para o funcionário não precisar pegar na maçaneta, mas dentro do banheiro o funcionário tem que pegar e abrir a porta da casinha da privada manualmente, ou seja, não adianta nada dá no mesmo”, diz um copeliano em off.
O retorno presencial foi criticado pelos sindicatos da categoria que alertavam no fim do ano para uma iminente nova onda vinda da Europa e dos EUA com a variante ômicron. Tanto que as entidades recorreram à justiça solicitando a suspensão das atividades presenciais. Ao passo que o desembargador Arion Mazurkevi reconheceu a gravidade do problema.
“Diante do avanço vacinal e da diminuição das taxas de transmissão e mortalidade, é certo que a pandemia causada pelo Coronavírus encontra-se amenizada. Contudo, ainda não foi completamente controlada, permanecendo a situação de vulnerabilidade, especialmente em face da disseminação de nova variante (Ômicron), já detectada e se alastrando em território nacional”, apontou o magistrado.
Distanciamento no restaurante e uso incorreto de máscara expõe funcionários ao contágio
Protocolos estão sendo desrespeitados
Por outro lado, o que se tem visto no KM3 é o desrespeito às normas de distanciamento. Até o momento a COPEL, gerentes e diretoria não se manifestaram sobre o surto de coronavírus que está ocorrendo, e não tomaram nenhuma medida até para combater o surto, continuam obrigando o trabalho presencial.
Segundo um copeliano, no “primeiro dia de km3 não ocorreu controle nenhum por parte da Copel. Nem verificação de temperatura, nem necessidade de apresentar qualquer comprovante de vacinação. O que vimos foram filas gigantes no restaurante. Até mandaram e-mail falando em no máximo 150 pessoas, talvez tenha nas mesas, mas só a fila devia ter umas 100 pessoas”, denuncia a pessoa.
Muitos empregados circulam pela empresa ou trabalham com a máscara utilizada de forma errada ou até mesmo sem a máscara. Alguns em locais bem próximos a alguns Diretores. Não se observa nenhuma sanção por parte dos gestores. Mesmo essas situações ocorrendo tão próximas.
Copel sabe dos riscos
O Boletim Semanal Ações Copel COVID-19 (veja aqui)já mostra o reflexo da nova variante trazida para dentro da empresa e a flexibilização dos protocolos de saúde. De 1 de novembro de 2021 até 27 de dezembro de 2021, a Copel registrou apenas seis novos casos de Covid-19, subindo de 1175 para 1881. Agora, nos 10 primeiros dias do ano, os casos confirmados saltaram para 1245. Aumento de 64 casos, o que representa 32%.
Outro dado da Copel revela que dos 1235 casos confirmados na empresa, 853 foram de funcionários em regime presencial e apenas 300 com quem estava em home office.
Respeito aos protocolos
Os sindicatos do Coletivo cobram que seja mais prudente em relação aos protocolos de saúde. “Estamos falando de uma nova variante com muito potencial de transmissão e com pouco conhecimento sobre como combatê-la. Para piorar, são mais de 4.500 empregados que retornariam ao trabalho presencial, sendo aproximadamente 3.000 no km3. Isso é muito preocupante”, já alertavam as entidades no fim de 2021.
As entidades ainda sustentam que “a determinação de retorno – de caráter arbitrária e unilateral – veio ao mesmo momento em que o mundo foi tomado com a notícia de que uma nova variante do coronavírus (nomeada de “ômicron”), que estaria se espalhando, e que cujos estudos preliminares já apontavam que sua taxa de contágio é muito maior que as variantes anteriormente analisadas e biologicamente ela demonstrou ser mais resistente aos anticorpos produzidos pelas vacinas existentes e distribuídas à população, e que uma dose de reforço para todos os antígenos se mostra essencial para redução do risco do contágio pela ômicron”.
REVEJA AQUI O MANDADO DE SEGURANÇA
Fonte: SENGE-PR
Fotos: SENGE-PR