Copa do Mundo é chance de aprofundar debates sobre racismo no Brasil, afirma dirigente

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on email

Segundo secretária de Combate ao Racismo da CUT, campanha “Copa sem Racismo” ajuda a dar visibilidade para a luta histórica da Central
A Campanha “Copa sem Racismo” foi lançada pelo Governo Federal no início de maio, em Brasília. O objetivo é utilizar os jogos da Copa do Mundo no Brasil para aprofundar o combate ao preconceito racial no País.

A iniciativa do governo, composta principalmente de vídeos – em canais de TV aberta e Internet – e movimento nas redes sociais, é considerada pela secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT, Maria Júlia Reis Nogueira, uma iniciativa importante para o movimento negro. “A omissão de uma pauta é uma das formas de cercear a luta do movimento. A partir do momento em que o governo coloca como tema principal da Copa o combate ao racismo, quebra-se esse muro de invisibilidade e coloca-se na frente uma batalha que é histórica para a CUT”, destaca Maria Júlia.

Leia Mais: Basta de racismo, no trabalho e na vida!

Todas as ações de combate ao racismo são importantes
Para a dirigente, a conscientização da sociedade é um processo amplo, que passa também pelo combate ao racismo institucionalizado, pela educação para a diversidade e pela construção de políticas públicas.

“Devemos ter também atenção para temas como a Lei 10.639/03 [que institui o ensino de História e Cultura Afro-brasileira nas escolas], as cotas raciais em Universidades e concursos públicos, o combate aos genocídios nas periferias, com o fim dos Autos de Resistência. É uma série de ações conjuntas que garantem uma sociedade mais igualitária entre negros e brancos. A campanha na Copa é uma importante iniciativa que permite trazermos outros debates que dizem respeito ao povo negro. E devemos aproveitá-la.”, afirma a dirigente.

“Para nós, da CUT, todas as ações de combate ao racismo são de extrema importância, não só no momento em que todos os olhares estarão voltados para o Brasil, mas em todos os momentos. A CUT reafirma o seu compromisso de lutar contra o preconceito todos os dias.”, complementa.

Racismo já é considerado crime inafiançável e imprescritível pela Lei 7.716/89 e pela Constituição Federal. Mas, segundo Maria Júlia, ainda há muito a ser enfrentado. “Ainda há disparidade salarial entre brancos e negros, ainda há menor número de negros nas Universidades, ainda há luta árdua pela frente”, lembra.

Leia Mais: Dieese: Trabalhadores negros ainda recebem salários menores
Leia Mais: Projeto de cotas para negros no serviço público é aprovado em Comissão da Câmara

Escrito por: Henri Chevalier – CUT Nacional