Segundo secretária de Combate ao Racismo da CUT, campanha “Copa sem Racismo” ajuda a dar visibilidade para a luta histórica da Central
A Campanha “Copa sem Racismo” foi lançada pelo Governo Federal no início de maio, em Brasília. O objetivo é utilizar os jogos da Copa do Mundo no Brasil para aprofundar o combate ao preconceito racial no País.
A iniciativa do governo, composta principalmente de vídeos – em canais de TV aberta e Internet – e movimento nas redes sociais, é considerada pela secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT, Maria Júlia Reis Nogueira, uma iniciativa importante para o movimento negro. “A omissão de uma pauta é uma das formas de cercear a luta do movimento. A partir do momento em que o governo coloca como tema principal da Copa o combate ao racismo, quebra-se esse muro de invisibilidade e coloca-se na frente uma batalha que é histórica para a CUT”, destaca Maria Júlia.
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Todas as ações de combate ao racismo são importantes
Para a dirigente, a conscientização da sociedade é um processo amplo, que passa também pelo combate ao racismo institucionalizado, pela educação para a diversidade e pela construção de políticas públicas.
“Devemos ter também atenção para temas como a Lei 10.639/03 [que institui o ensino de História e Cultura Afro-brasileira nas escolas], as cotas raciais em Universidades e concursos públicos, o combate aos genocídios nas periferias, com o fim dos Autos de Resistência. É uma série de ações conjuntas que garantem uma sociedade mais igualitária entre negros e brancos. A campanha na Copa é uma importante iniciativa que permite trazermos outros debates que dizem respeito ao povo negro. E devemos aproveitá-la.”, afirma a dirigente.
“Para nós, da CUT, todas as ações de combate ao racismo são de extrema importância, não só no momento em que todos os olhares estarão voltados para o Brasil, mas em todos os momentos. A CUT reafirma o seu compromisso de lutar contra o preconceito todos os dias.”, complementa.
Racismo já é considerado crime inafiançável e imprescritível pela Lei 7.716/89 e pela Constituição Federal. Mas, segundo Maria Júlia, ainda há muito a ser enfrentado. “Ainda há disparidade salarial entre brancos e negros, ainda há menor número de negros nas Universidades, ainda há luta árdua pela frente”, lembra.
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Escrito por: Henri Chevalier – CUT Nacional