Contra privatização e preço do combustível, petroleiros vão para rua na terça 30

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Além de continuar com a política de preços dos combustíveis, que só favorece o mercado e os grandes investidores, como no governo Temer, governo anunciou venda das estatais para junho

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FOTO: RLAN BAHIA

A categoria petroleira realiza nessa terça-feira, 30/04, um ato nacional contra a venda das refinarias da Petrobrás anunciada pela direção da estatal. A manifestação tem também o objetivo de denunciar os prejuízos para o Brasil com a política de preços de combustíveis adotada pela empresa, de reajuste com maior periodicidade.

Na Bahia, o ato vai acontecer, a partir das 7h, em frente à Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada no município de São Francisco do Conde.

A venda das refinarias, anunciada para junho, é mais uma etapa para a privatização do Sistema Petrobrás e um ataque à soberania nacional e a autonomia do país em relação ao processamento de derivados de petróleo, colocando um setor estratégico da economia do país nas mãos de empresas estrangeiras.

No caso da RLAM – a primeira do Sistema Petrobrás e a segunda do país em capacidade de processamento -, a venda trará graves impactos à economia baiana, principalmente na geração de empregos, pois a tendência de qualquer empresa multinacional, que só visa o lucro, é diminuir o número de empregados. Em consequência, aumenta também o risco operacional e ambiental, pois os trabalhadores que permanecem na empresa ficam sobrecarregados, realizando, sozinhos, o trabalho de dois ou mais funcionários.

A direção do Sindipetro Bahia chama a atenção também para a mudança na política de preços da Petrobrás que ao passar a acompanhar o preço internacional do barril do petróleo e a variação do dólar desencadeou os aumentos sucessivos, que já chegaram a ser diários, da gasolina, diesel e gás de cozinha, sem haver nenhuma proteção ao consumidor.

A preocupação é que o governo de Bolsonaro está dando continuidade à política de Temer e agora, com o anúncio da privatização das refinarias a situação tende a piorar. Na Bahia, além da RLAM, os dutos e terminais da Transpetro também serão colocados à venda. Com isso, não haverá qualquer tipo de controle e a tendência é que haja aumentos ainda maiores do preço dos combustíveis nas bombas.

A FUP e o Sindipetro Bahia alertam que essa política de preços só favorece o mercado e os grandes investidores, em especial as grandes petroleiras internacionais, que têm interesse em comprar as refinarias da Petrobrás para manter, e até mesmo ampliar, o nível de lucratividade, em detrimento da sociedade brasileira.

Para o Sindipetro, a venda da RLAM não é um simples negócio. “Trata-se da entrega de um bem estratégico para o Brasil, trata-se de abrir mão da defesa dos interesses nacionais, priorizando os interesses de empresas estrangeiras”.

De acordo com o sindicato não é preciso ser adivinho para prever o futuro, caso a privatização se concretize: os preços dos combustíveis (gasolina e diesel) e do gás de cozinha vão disparar e a arrecadação de impostos vai diminuir. No caso da Bahia, além do próprio estado, municípios como São Francisco do Conde, Madre de Deus, Candeias e São Sebastião do Passé serão os mais prejudicados, não só pela diminuição dos impostos, mas também pela redução dos postos de trabalho, pois são nesses municípios  onde se concentram o maior número de trabalhadores terceirizados que prestam serviço à Petrobras.

Pela importância do assunto, o Sindipetro Bahia defende que a luta contra a privatização da Petrobrás não pode ser apenas dos petroleiros, mas de toda a sociedade e dos poderes públicos (governo, vereadores, deputados estaduais, federais e senadores), de forma suprapartidária.  

 

Fonte: Sindipetro-BA