Nesta terça-feira (15/2), o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a primeira fase de privatização da Eletrobras. O valor inicial foi
definido de R$67 bilhões prlo governo federal e ainda falta a definição do formato de capitalização. O placar de votação dos ministro foi de seis votos a um: o ministro-relator Aroldo Cedraz e os ministros Raimundo Carreiro, Walton Alencar Rodrigues, Jorge Oliveira, Benjamin Zymler e Augusto Nardes foram a favor da privatização. O ministro Vital do Rêgo foi o único contra o movimento, após ter apresentado um voto duro, onde identificou grandes erros no processo, resultando em subavaliação absurda do valor de outorga que, segundo o Ministro, deveria ser cerca do dobro do valor avaliado pela equipe do Governo.
De acordo com o engenheiro e diretor de negociação coletiva da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros), Fernando Jogaib, a privatização da Eletrobras afeta diretamente a soberania nacional. “O povo brasileiro conhece os danos e prejuízos da privatização que aumenta as contas, diminui a qualidade da prestação de serviços e para os trabalhadores significa demissão e precarização. É fundamental que fortaleçamos o movimento em defesa das empresas públicas e estatais”, disse Jogaib.
A segunda etapa da privatização da Eletrobras, que compete ao tribunal, está prevista pelo governo de ser concluída entre o fim de fevereiro e o início de março. Previsão considerada otimista, uma vez que a resistência dos trabalhadores conseguiu atrasar a primera etapa em mais de 1 mês e meio. Orelator da segunda fase também é o ministro Aroldo Cedraz.
Leia abaixo a nota do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), do qual a Fisenge faz parte.
AINDA TEM LUTA!
Boletim do CNE – 15/2/22
NOTA DO COLETIVO NACIONAL DOS ELETRICITÁRIOS AOS TRABALHADORES,TRABALHADORAS DO SISTEMA ELETROBRAS E FAMILIARES
Trabalhadores, trabalhadoras e familiares das empresas do Sistema Eletrobras. O Coletivo Nacional dos Eletricitários se dirige a cada um e cada uma neste comunicado bem como seus familiares.
Estamos atravessando uma tempestade que iniciou em 2016 com o golpe contra a presidenta Dilma e se estende até os dias atuais, em um nebuloso processo de entrega do Património Nacional.
Hoje, tivemos mais um revés no TCU, nada que já não fosse esperado, até porque lutamos contra a caneta e a forma suja de persuadir desse governo.
É característica do ser humano desanimar com as dificuldades e toda vez que tivemos percalços ao longo do processo de Privatização nos desanimamos momentaneamente Mas sempre levantamos a cabeça e voltamos a lutar empurrando o processo para frene.
É preciso lamber as feridas e voltar a lutar.
Nosso trabalho incansável e obstinados de luta é o de denunciar pra sociedade, desnudar todos os absurdos da Privatização e ir aos quatro cantos mostrar o festival de absurdos da Privatização da ELETROBRAS.
Vamos resistir ao longo desta segunda fase de votação no TCU.
No processo, teremos a modelagem e separação de Eletronuclear e Itaipu, resistiremos à AGE e a toda tentativa de
andamento interno às empresas do processo com o esforço de todos e todas.
Existem muitas etapas importantes para acontecer e estamos atentos a todas elas, nas esferas judiciais e no parlamento.
A operação é complexa e temos nossos escritórios de advocacia pensando em cada detalhe para que
possamos resistir e vencer.
Temos uns aos outros, definitivamente com a compreensão de que se privatizar, nossos futuros como trabalhadores desta empresa estará comprometido.
Por isso acreditamos em cada um e cada uma, nas suas capacidades de resistir.
A cada etapa que passa, mais pessoas se engajam na luta, potencializando nossas iniciativas de resistência a este processo.
Para isso, precisaremos estar organizados, firmes e decididos a barrar o processo, pois chegamos à reta final.
Hoje vamos descansar e a partir de amanhã, inicia a nova etapa da luta, com muita força, garra, perseverança e principalmente, com a cabeça levantada, de cada um e cada uma que se empenha nesta empreitada de defender o patrimônio público do povo brasileiro que é a Eletrobras.
Eletrobras Pública!
Brasil Soberano!
Brasília, 15 de fevereiro de 2022.