Consenge homenageia engenheiros(as)

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Não tem sido dois anos muito fáceis. A pandemia não só afastou os companheiros e companheiras de luta por conta do distanciamento social. Ela também levou brilhantes profissionais ou impediu que pudéssemos nos despedir adequadamente. O presente nos enche de saudades ao lembrar daqueles e daquelas que não poderemos abraçar no amanhã.

O 12º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros, com patrocínio da Mútua e apoio do Crea-RJ, que acontece no Rio de Janeiro entre 9 e 11 de setembro, não poderia deixar de prestar algumas homenagens. E elas foram feitas a pelo menos 20 colegas que faleceram.

O evento ainda prestou homenagens especiais à companheira Alméria Carniato, primeira mulher presidente do Senge-PB e que arriscou sua vida ao acampar com os Sem Terra em praça pública de João Pessoa.

O outro homenageado especialmente é Luiz Carlos Soares, que foi um dos fundadores e o primeiro presidente da Fisenge. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Soares trabalhou na Copel entre os anos de 1966 e 1991, período em que foi implantada toda infraestrutura básica de energia do Paraná. Em 1983, passou a atuar no Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), integrando a direção a partir de 1987.

O Congresso ainda recordou de  João Borges, que era funcionário da Fisenge desde setembro de 1993 e também nos deixou.

Uma lutadora protagonista

A homenagem a Alméria Carniato apresentou um minidocumentário com fotos destacando sua trajetória de luta, desde a Era FHC que pretendia privatizar as estatais brasileiras, abordando o déficit alimentar, e das deficiências na área de saúde e saneamento e seu papel protagonista para dar visibilidade e empoderar as mulheres engenheiras.

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Sua trajetória de lutas sempre foi desafiadora, mas ela nunca desistiu. Primeira mulher presidente do Senge-PB, arriscou sua vida ao acampar com os Sem Terra em praça pública de João Pessoa.  Como conselheira, articulou e elegeu chapa alternativa à diretoria do Crea-PB. Como membro do conselho deliberativo e diretora, lutou incansavelmente pela inclusão da discussão das políticas de gênero e pela implantação da Diretoria da Mulher e do Coletivo de Mulheres da Fisenge. Se hoje temos um protagonismo feminino que não mais assusta tanto é porque tivemos precursoras para romper as barreiras.

“Merece muito mais do que uma homenagem, a nossa amiga paraibana ALMERIA CARNIATO, porque muito mais que engenheira, ela é ativista, militante dos movimentos sociais, feminista, tudo isso feito com bondade, generosidade, simplicidade e comportamento irrepreensível”, diz o presidente da Fisenge, Roberto Freire, durante o vídeo de homenagem.

Um vibrante engenheiro

Já a homenagem a Luiz Carlos Correa Soares, que faleceu aos 87 anos, destacou que ele era um vibrante e incansável lutador. O livro e o projeto “Pensar o Brasil e construir o futuro da nação” foi elaborado e apresentado por Soares em 2007. Também é autor dos livros “E se o capitalismo acabasse?”, lançado em 2001, e “Capitalismo terminal”, em 2010, Soares teve sua atuação reconhecida em vida por homenagens prestadas pela Câmara Municipal de Curitiba e Assembleia Legislativa do Paraná.

A homenagem, em vídeo, resgatou que ele, em 2013, nos 20 anos de fundação da Fisenge, Soares recebeu homenagem da Federação em reconhecimento à sua luta na construção de uma entidade de luta e classista.

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Soares deixa um legado de luta em favor dos trabalhadores e das trabalhadoras, de justiça social, de solidariedade e de uma engenharia comprometida com o povo brasileiro. Dedicou sua vida na luta pela democracia e por uma sociedade justa.

Presente em todas as reuniões da Federação, Soares contribuiu com sua técnica, sua intelectualidade, sua luta e sua generosidade para a construção coletiva de um Brasil justo e solidário. Seu legado e sua história são faróis de memória e resistência para o presente e o futuro.

Uma dor profunda

Foram muitos os nomes perdidos. Nome, não, pessoas iluminadas, vibrantes, aguerridas, lutadoras, fora do comum, que lutaram tanto pela engenharia como pela melhoria da sociedade brasileira. E durante esse Congresso, elas também foram lembradas. Deixam muitas saudades:

Adailton de Melo Guimarães, engenheiro civil e ex-diretor do Senge-RO

Adalberto Garcia Junior, engenheiro civil e de transporte, ex-diretor e conselheiro do CREA-RJ

Antonio Carlos Aragão, engenheiro civil e presidente do CREA-PB

Carlos Alonso, engenheiro agrônomo e presidente do Senge-AM

Claudinei Antonio Minchio, engenheiro agrônomo e ex-diretor do Senge-PR

Everton de Almeida Carvalho, ex-presidente do Senge-RJ

Fátima Vidal, engenheira de agrimensura e diretora do Ibape-PA

Flávio Antônio Lima Viana, engenheiro agrônomo, ex-diretor do CREA-MG e ex-diretor regional da Zona da Mata, Senge-MG

Francisco Parentes Correa, engenheiro mecânico e de segurança do trabalho, ex-diretor do Senge-RJ e integrante de todas as diretorias

José Augusto Machado, engenheiro químico, conselheiro do CREA-SE, ex-presidente da Comissão Eleitoral do Senge-SE

José Pereira dos Santos, engenheiro eletricista e de segurança do trabalho, fundador e primeiro presidente da ABEE-SE, ex-conselheiro do CREA-SE e representante do Senge-SE

Luiz Antônio Fazza, engenheiro civil e ex-representante do Senge-MG no Conselho do CREA-MG

Luiz Antonio Lobo de Abreu, engenheiro civil e ex-diretor regional do Senge-MG

Luiz Carlos Soares, engenheiro eletricista, fundador e primeiro presidente da Fisenge

Manoel Genildo Pequeno, engenheiro agrônomo e ex-diretor do Senge-PR

Paulo Guimarães, engenheiro civil e ex-presidente da Mútua

Ronaldo Fernandes Lavôr, engenheiro agrônomo e ex-diretor do Senge-PB

Ronaldo Macedo, engenheiro de telecomunicações e ex-presidente do Senge-RJ

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Texto: Manoel Ramires/Senge-PR