Com perda de direitos e milhares de demissões, proposta final de ACT da Eletrobras é o caos!

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on email

Desde o início da negociação de Acordo Coletivo entre os sindicatos e a direção da Eletrobras, ficou muito clara uma tentativa de ancorar propostas e ideias absurdas, inimagináveis para no desfecho continuar com uma proposta péssima, porém sem bodes apocalípticos como a redução salarial linear de 12,5%.

Pacientemente, mesmo com o desgaste de um processo negocial arrastado que sempre objetivou nos confundir e nos vencer pelo cansaço, os dirigentes da BASE RJ (ELETROBRAS) e da INTERFURNAS (FURNAS) sempre se orientaram nas premissas que nos trouxeram até aqui. Não admitíamos discutir demissão em massa, segregação da categoria e dar à Eletrobras cheque em branco em questões delicadas como plano de cargos e salários, redução salarial e plano de saúde.

Depois de longas rodadas, de uma greve histórica, de inúmeras tentativas de conciliar uma proposta minimamente aceitável no Tribunal Superior do Trabalho, o resultado final é frustrante, é revoltante. O texto protocolado no TST conseguiu ser pior do que o resultado da última audiência de conciliação, pois trouxe uma série de erros materiais e pegadinhas de dupla interpretação que não cabem em um acordo leal entre as partes.

A proposta final da Eletrobras prevê demissões em massa dos trabalhadores. Segrega a categoria entre aqueles que entraram na empresa antes da privatização e os que entraram depois. Do primeiro grupo querem demitir pelo menos 1600 trabalhadores, do segundo grupo não tem limites, além de sequer considerarem na base de cálculo das demissões os trabalhadores que sairão da Empresa com a venda das Térmicas, o que aumenta ainda mais as demissões. Além disso, não haverá reposição da inflação nos salários integrais (IPCA pleno), nem a reposição da inflação nos benefícios econômicos (reposição zero).

Importante ainda frisar que desconhecemos totalmente a tal “nova arquitetura salarial da Eletrobras” e suas tabelas com os pisos e tetos salariais. Só sabemos que em contrapartida deste cheque em branco, temos que entregar o congelamento/extinção do PCR 2010, o congelamento do Adicional por Tempo de Serviço (ATS), e o congelamento do SAN, o- congelamento do Sistema de Gestão de Desempenho (SGD).

Se isso não fosse pouco, o texto confirma a redução da Gratificação de Férias para os trabalhadores que ingressaram antes de 17/06/2022 de 75% para 50%.

Voltando a falar de um projeto de base dividida, é clara a falta de isonomia entre os novos trabalhadores e os antigos no que diz respeito aos benefícios econômicos. Assim como, a falta de isonomia do abono entre os trabalhadores com salários até 20 mil reais e aqueles com salários acima de 20 mil reais.

Nesse compêndio de absurdos, a Eletrobras quer a autorização dos sindicatos quanto a migração do Plano de Saúde dos ativos das Autogestões para o mercado, causando prejuízos as ações judiciais em curso, vitoriosas acerca deste objeto; não custa lembrar que com a retirada do Plano de Saúde dos ativos das Autogestões de Saúde há prejuízos irreparáveis também aos aposentados e agregados, que poderão ficar sem plano de saúde num futuro próximo;

Por fim, é inegável que com as demissões em massa, haverá terceirização em diversas atividades da empresa: já estão terceirizando as áreas de saúde e segurança do trabalho e a manutenção de linhas de transmissão, aumentando ainda mais o risco à integridade física dos trabalhadores e do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Nós lutamos de fato por uma saída digna para as partes nesta negociação. Saímos de mais de 200 cláusulas para pouco mais de 60, esgotando nossos limites negociais. É impressionante como parece que convivemos em empresas completamente diferentes: ao topo da pirâmide absolutamente tudo, à base que produz e gera receita nada!

Querem por ideologia e ganância retirar os nossos mínimos benefícios para bancar dividendos bilionários aos acionistas, salários milionários dos diretores e conselheiros. O que querem é nos dividir para nos tirar do caminho. Nos tratam como “muro velho”, querem nos derrubar, nos demolir. Mas juntos podemos ser uma muralha inabalável.

Chegou a hora de resistir! Vamos às assembleias na próxima semana manter a nossa firmeza no propósito e não entregar tudo aquilo que construímos com muita energia nas últimas décadas! Sigamos firmes! Tem luta!

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!

SINTERGIA-RJ – SINDEFURNAS – STIEESP – SINERGIA/CAMPINAS – STIU-DF – STIEENNF – STIEPAR
SINEFI-PR – SINERGIA-ES – SINDEL – SINDUR – SENGE-RJ – SINAERJ – SINDECON – ASEF – AEEL

 

Foto: Agência Brasil

Fonte: Senge-RJ