por Stéphanie Marchuk
“Ampliar a relação entre o movimento estudantil e sindical, apresentar e dialogar com os estudantes o papel fundamental da organização e união por meio dos sindicatos, aproximar e contribuir com a formação política das lideranças estudantis, inserir-se em todos os espaços de debate, na academia e na sociedade”. Estes foram os objetivos expostos na Carta de Estudantes que levou à criação do Coletivo Nacional de Estudantes da Fisenge, no 11º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros (Consenge), realizado em 2017. A carta deu ênfase à luta dos estudantes, que já estavam organizados nos sindicatos juntos aos Senge’s Jovem/Estudante.
Segundo Elaine Santana, engenheira civil, vice-presidente do Senge-SE, diretora da Fisenge e coordenadora do Coletivo Nacional de Estudantes, a formalização do Coletivo foi muito importante para o movimento. “Antes do 11º Consenge, as ações de Senge’s Jovem/Estudantes eram isoladas e sem repercussão nacional. Com a criação do Coletivo Nacional da Fisenge, foi possível trocar experiência, fortalecer os que já existiam e estimular a implantação nos estados que ainda não possuíam essa articulação com os estudantes”, afirmou Elaine.
Uma das iniciativas do Coletivo foi a publicação da cartilha “Estágio na engenharia: perguntas e respostas”, que tem o objetivo de tirar dúvidas dos estudantes e contribuir com a inserção no mercado de trabalho. A Organização Internacional do Trabalho divulgou que o desemprego entre os jovens brasileiros é o dobro da média mundial, uma realidade que impacta em diversos outros problemas sociais, como o crescimento da violência e da criminalidade por uma geração que não vê no mercado lícito de trabalho e na educação as oportunidades de uma vida digna. De acordo com o estudante de engenharia de materiais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pedro Henrique Monforte, a juventude é um dos segmentos sociais que mais sofrem com a falta de oportunidades no mercado de trabalho. “A organização política desses jovens não é apenas necessária para conquistar melhores condições de trabalho para ela, mas para utilizar a energia acumulada da juventude para conduzir grandes mudanças sociais, algo recorrente na nossa história. A juventude sempre foi a força motriz das revoluções.”, acrescentou.