Clemente Ganz destaca fortalecimento da legislação trabalhista no Brasil pós-eleição

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Foto: Adriana Medeiros / Clemente Ganz Lúcio

O VII Simpósio SOS Brasil Soberano marcou o Jubileu de Prata (25 anos) da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), no dia 21/9, no Clube de Engenharia. Profissionais e lideranças de todo país debateram o processo eleitoral e como o desenvolvimento das ciências e profissões da área tecnológica podem ser catalisadoras de equilíbrio social e distribuição de renda.

O diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES), sociólogo Clemente Ganz Lúcio, foi um dos palestrantes do evento. O especialista falou sobre o futuro do trabalho e da necessidade de reorganização sindical frente aos desafios democráticos e de retomada do crescimento econômico e social no período pós-eleição.

“Estamos falando da possibilidade de recolocar nesse processo eleitoral a alternativa da centralidade do desenvolvimento brasileiro a partir de uma perspectiva de soberania e capacidade da engenharia de colocar a nossa riqueza humana e material em função do desenvolvimento social”, defende. “Um país que abre mão de pensar e engenharia abre mão do futuro”, complementa.

O sociólogo elenca as ciências exatas como capazes de construir soluções aos desafios atuais e para transição para chamada “indústria 4.0”. Entretanto, afirma que a flexibilização das Leis trabalhistas impede que o controle dessas mudanças estruturais e produtivas sejam moderadas pela governança do Estado ou pela ação sindical, entes capazes de fazer com que o futuro do trabalho inclua mais trabalhadores e promova distribuição de renda.

“O processo de transformação tecnológica e patrimonial precisa ser controlado politicamente no sentido de garantir que essas mudanças sejam suportadas por instituições e sociedades”, afirma. “É preciso rever as reformas, que deram máxima flexibilidade para o setor produtivo e promoveram mudanças institucionais que atingiram sindicatos. A Reforma Trabalhista ataca os sindicatos e a intervenção do Estado na relação trabalhista”, corrobora.

Clemente Ganz reforça que a readequação da força política pelo processo eleitoral exige, na sequência, agilidade para realinhamento da legislação em vigor. O objetivo é recolocar as políticas de desenvolvimento em prol dos trabalhadores e fortalecer entidades sindicais e a governança, que nunca deveriam ter sido enfraquecidas. “É preciso agilidade para reconstrução nesse momento de instituições fragilizadas. O projeto vencedor nas eleições precisa dar respostas em curto prazo. Os aproximadamente 13 milhões de desempregados não podem esperar”, disse.

Mesa

O evento que marcou o Jubileu de Prata foi realizado no dia 21 de setembro no Clube de Engenharia (Rio de Janeiro) com representantes de Sindicatos de Engenheiro de todo Brasil. Além de Clemente Ganz, o painel “A engenharia, as eleições e o desenvolvimento do Brasil” reuniu o ex-ministro Celso Amorim e o economista Paulo Nogueira. A mesa foi mediada Clovis Nascimento, engenheiro e presidente da Fisenge e Simone Baía, engenheira e Diretora da Mulher da Fisenge.

Revista “Em Movimento”

Os 25 anos da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros são destaque na Revista “Em Movimento” nº 26. Na edição, especialistas e intelectuais falam à Fisenge sobre propostas para a construção de um projeto de Brasil. O sociólogo e diretor do DIEESE Clemente Ganz Lúcio é um dos entrevistados. Confira em: https://fisenge.org.br/index.php/publicacoes/revista/item/5337-em-movimento-n-26

 

 

Por Flávio Borgneth (Senge-ES)