Cemig nega acatar cláusula contra assédio

Na rodada de negociações com a Cemig na última quarta-feira, 20/8, a representação da empresa reiterou o baixo apreço em relação a registrar em acordo coletivo a pauta sobre assédio.

Pesquisa recente do Senge-MG com engenheiras e engenheiros em todo Estado mostra que essa é uma preocupação crescente na categoria.

Ao não reconhecer “eventuais dificuldades ou falhas do sistema de acolhimento interno da empresa”, a Cemig abre mão de um importante parceiro nessa luta — o que pode resultar em crises sérias de imagem, de difícil reversão.

Como empresa de capital aberto, a Cemig sabe que, se algo ocorrer fora dos padrões estabelecidos em seu programa de compliance, há grande risco de escândalos. A empresa poderia ser pioneira e sinalizar responsabilidade ao mercado. Ao agir no sentido contrário, porém, transmite justamente a impressão de descaso.

Uma vez manchada a reputação, o mercado financeiro é implacável. Investidores tendem a se afastar rapidamente, e o valor das ações despenca.

Denúncias de assédio estão crescendo no Sindicato. Se a empresa não quer enxergar isso, o mercado financeiro certamente vai precificar no futuro.

O Senge-MG ouve a categoria e sabe que estamos diante apenas da ponta de um iceberg. O ponto de pauta não nasceu ao acaso e doravante fará parte de todas as mesas de negociação com todos os setores.

Por isso o Senge-MG não vai abrir mão dessa cláusula. Afinal, quem não deve, não teme.

Ao não dialogar com o Sindicato e negar avanços na pauta de negociação, a Cemig demonstra insensibilidade em relação ao que vivem e pensam seus empregados. E isso vai na contramão das boas práticas de compliance.

Fonte: Senge-MG