Carteiros continuam em greve

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As maiores assembleias realizadas pelos carteiros nesta segunda-feira (21), de Norte a Sul, decidiram pela continuidade da greve, pressionando a direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos para que apresente nova proposta. Em São Paulo, Estado que concentra o maior número de funcionários da ECT, a categoria acompanhou a decisão nacional.

A proposta formalizada pela direção da ECT, e rejeitada pela categoria, previa reajuste de 9% (4,5% da inflação do último ano mais 4,5% da inflação prevista para ago/09 – ago/10) agora, mais um valor igual para todos de R$ 100,00 em janeiro/2010. Segundo o Dieese, o reajuste de R$ 100 representa 14% de aumento real para o menor salário, mas apenas 1% para quem está no topo da tabela. O vale refeição e o vale cesta também seriam reajustados.

“Fechada nos dois anos, esta proposta representa aumento de 24,5% para o salário inicial, que hoje é de R$ 648,00. Em janeiro de 2010, o valor passaria para R$ 805,00, mas a categoria avalia que podemos conseguir mais”, declarou José Rivaldo, secretário geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). Segundo Rivaldo, embora o salário da categoria tenha dobrado durante o governo Lula, nesta campanha salarial não houve acordo quanto aos índices de reajuste e a proposta vai agora para o Tribunal Superior do Trabalho (TST). “Para nós é ruim que um terceiro julgue as questões trabalhistas, mas aguardaremos a decisão mobilizados”, ressaltou.

Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Correios em São Paulo, Grande São Paulo e Zona Postal de Sorocaba, a assinatura de um acordo por dois anos com a ECT gerou controvérsia na categoria, principalmente pela perspectiva de não poder lutar por reajuste num ano eleitoral (2010). Além de rejeitarem a proposta, a assembleia autorizou o Comando de Negociações da categoria a apresentar uma contraproposta à empresa.

O movimento é nacional e somente nove dos 35 Sindicatos no País aceitaram a proposta da empresa. Em todo o Brasil, existem 116 mil funcionários dos Correios. Por causa da greve, cerca de 34,6 milhões de correspondências e 339 mil encomendas estão paradas nos centros de distribuição dos Correios, desde a última quarta-feira.

O vice-presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, deferiu, parcialmente, o pedido de liminar da ECT e determinou à Fentect que sejam mantidos 30% dos funcionários em cada uma das unidades, pois “os funcionários dos Correios prestam serviço público essencial e de relevância social”.