“Viver é ir entre o que vive (…). A vida que se luta cada dia”, diz o poema “Discurso do Capibaribe”, do poeta pernambucano João Cabral de Mello Neto. Faleceu, hoje (12/4), o engenheiro, companheiro, amigo, filho, pai e avô, Carlos Roberto Aguiar de Brito, mais conhecido como Carlão, presidente da Fisenge por três mandatos (1993 a 1999). Ele viveu uma vida que se luta a cada dia, como ressalta o poema. Lutou pela própria vida, resistindo a um câncer. Lutou por toda a classe trabalhadora. Lutou pelos direitos. Lutou pela democracia. Lutou pelo sindicato dos engenheiros de Pernambuco. Lutou pela fundação da Fisenge. Lutou pelo Brasil. Lutou pela vida de todas as pessoas. Este foi Carlão, um lutador.
Hoje, os olhos adormecem na memória de tantos momentos ao lado de nosso companheiro. Desde suas falas politizadas nas reuniões, suas intervenções nas assembleias de engenheiros, suas palavras de ordem nas manifestações até seu sorriso, sua alegria e seu abraço. Carlão foi mais que um dirigente sindical reconhecido. Foi nosso amigo e companheiro e sempre fiel aos princípios de solidariedade de classe em suas práticas. Carlão nunca tergiversou na luta de classes e sua trajetória seguirá em memorial para a engenharia e a sociedade.
Engenheiro eletricista e funcionário de carreira da CHESF, Carlão se engajou nas principais mobilizações dos movimentos sociais e nas greves do setor elétrico. Foi demitido da CHESF por perseguição sindical enquanto presidente do Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco (Senge-PE).
“O fruto que foi plantado está aqui, vivo, bonito, atuante e está incomodando quem tem que incomodar mesmo, e defendendo quem tem que defender. A Fisenge é uma federação de uma categoria diferenciada, mas é uma federação que está do lado dos trabalhadores. É uma trincheira de luta da esquerda brasileira. Tomem conta da Fisenge”, discursou Carlão durante a homenagem que recebeu no 11º Consenge. Nós vamos tomar conta, Carlão. Vá em paz com um abraço saudoso de seus amigos e amigas da Fisenge.