Dois meses depois da morte do jornalista Rodrigo Neto, assassinado em Ipatinga (MG) após denunciar o envolvimento de policiais da região, relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras revelou que o Brasil caiu nove posições no ranking da liberdade de imprensa e, agora, está em 108º lugar, numa lista de 179 países.
O perigo cresce tão rapidamente que, segundo informações da imprensa brasileira, mais quatro profissionais de mídia foram assassinados de janeiro a abril deste ano. Segundo levantamento do Comitê de Proteção de Jornalistas entre os jornalistas mortos no Brasil desde 1992, 62% cobriam casos de corrupção; 46% crimes; 31% política; 15% direitos humanos; 4% negócios; e outros 4% esportes – as categorias são somadas em alguns casos.
Em 46% dos casos, ainda segundo o CPJ, as vítimas trabalhavam no jornalismo impresso; 38% em rádio; 19% em TV e 15% na Internet – as categorias também são somadas. Em geral, são profissionais que vivem em cidades pequenas e trabalham em veículos de comunicação de abrangência local. A maior parte é morta a tiros.