A direção do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), aceitou receber uma comissão com oito representantes das entidades para debater o uso do banco para financiar a privatização desses setores, em detrimento das empresas públicas, após o ato dos trabalhadores do saneamento e representantes de entidades que defendem a energia e o saneamento e público, nessa quinta-feira (23/11), no Rio de Janeiro.
Na reunião os representantes das entidades e movimentos reforçaram a necessidade de o BNDES resgatar seu papel de Banco de Desenvolvimento Social, indutor do desenvolvimento social e do fortalecimento da prestação pública do saneamento básico.
Na reunião, os dirigentes sindicais e representantes dos movimentos lembraram que o banco, desde o governo passado, vem assumindo um papel de apoio às privatizações por meio de modelagens que incentivam a entrega dos serviços públicos como única alternativa para superação dos desafios da universalização do acesso aos serviços água e esgoto.
Da parte dos representantes do BNDES foi dito que o banco age com o rigor de uma instituição financeira tradicional e de forma a garantir o retorno dos recursos aplicados nos processos de privatização. Reconhecem, porém, que essa linha de atuação do banco tornou-se opção do último governo e que a atual direção trabalha no sentido de resgatar seu papel exercido durante os anos 2000. Afirmaram que há compreensão e acordo com grande parte da abordagem feita pelas entidades.
Como encaminhamento foi proposto e aceito a criação de um grupo de interlocução que possibilite a discussão de propostas e sugestões defendidas pelas entidades e se abriu a possibilidade de um encontro com o Presidente do Banco Aloisio Mercadante, para dar sequência a esses debates.
Participantes da reunião com o BNDES
Representantes da FNU Pedro Damásio; ONDAS – Edson Aparecido da Silva, Ana Brito e Haneron Victor Marcos; FENATEMA – Wilton Maia, além de Vitor Duque (Sintsama-RJ); Ary Girota (Sindágua-RJ); e Fortunato lider comunitário, se reuniram com representantes do BNDES: William Nozaki – Assessor especial da presidência do BNDES; Felipe Borim Villen – Superintendente da Área de Infraestrutura do BNDES; Eduardo Nali – Chefe de Finanças Estruturadas do Departamento de Saneamento Ambiental; Luciana Capanema – Chefe de Departamento de Estruturação de Projetos – Saneamento do BNDES; Marcelo Miterhof – economista do BNDES.
O ato
Sob o lema “BNDES: ‘S’ é de social e não de privatização”, a manifestação reuniu ainda a população das comunidades cariocas, a mais afetada pelos serviços precários prestados por empresas privadas de saneamento, dirigentes sindicais e representantes de movimentos sociais.