Seguindo orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, a grande maioria das assembleias realizadas nesta segunda-feira (26) em todo o País aprovou a proposta da Fenaban, assim como os acordos específicos do Banco do Brasil e da Caixa, encerrando a greve de 21 dias.
Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional, lembra que essa campanha aconteceu em um cenário político e econômico muito controverso. “Os bancos quiseram se aproveitar deste período para impor um reajuste abaixo da reposição da inflação. Eles tentaram ainda um cala boca em forma de abono. O reajuste é uma conquista mais importante para a categoria, pois incide no piso e na PLR. Consideramos muito importante também a manutenção das nossas conquistas históricas”, comemorou. “Foi uma grande vitória, pois superamos a adversidade política, economia e a forte intransigência dos bancos”, completou.
A proposta dos bancos eleva para 10% o índice de reajuste sobre o salário e em 14% os vales alimentação e refeição. Reajusta também em 10% o piso salarial e 10% sobre o valor fixo da regra básica e sobre o teto da parcela adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), sendo que a parcela adicional será de 2,2% o lucro líquido a ser distribuído linearmente.
“Com esse índice, em 12 anos vamos acumular 20,83% de ganho real nos salários e 42,3% nos pisos. O vale refeição será de R$ 29,64 por dia, com reajuste de 14% e 3,75% de ganho real”, disse Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Foi uma das greves mais fortes dos últimos anos e essa conquista foi consequência da nossa luta e mobilização”, completou.
A nova proposta da Fenaban, apresentada no 19º dia da greve e após três duras rodadas de negociação, retomadas devido a força da mobilização da categoria, avançou depois que os bancos recuaram da proposição inicial e aceitaram considerar, para efeito de compensação, os dias de paralisação de 6 de outubro a 26 de outubro de 2015. Assim, um dia após a assinatura do acordo, os trabalhadores vão compensar no máximo uma hora por dia útil, até o dia 15 de dezembro.
Levantamento feito pela Contraf-CUT até as 23h desta segunda-feira (26) indica que a maioria das assembleias aprovou tanto a proposta dos bancos quanto os acordos específicos do BB e da Caixa.
Lista das bases que aprovaram o fim da greve:
FETEC SP
ABC
Araraquara
Assis
Barretos
Bragança Paulista
Catanduva
Guarulhos
Jundiaí
Limeira
Mogi das Cruzes
Taubaté
Vale do Ribeira
São Paulo
Presidente Prudente
FETEC-CN
Acre
Amapá
Dourados
Pará
Rondônia
Rondonópolis
Campo Grande
FETRAFI-NE
Alagoas
Ceará
Paraíba
Piauí
FETRAFI -MG
Belo Horizonte
Divinópolis
Teófilo otoni
Fetec-PR
Apucarana
Arapoti
Campo Mourão
Cornélio Procópio
Curitiba
Guarapuava
Londrina
Paranavaí
Toledo
Umuarama
FETRAFI RJ-ES
Angra dos Reis
Campos dos Goytacazes
Macaé
Niterói
Nova Friburgo
Petrópolis
Rio de Janeiro
Sul Fluminense
Teresópolis
Três Rios
Baixada Fluminense
Itaperuna
FETRAFI RS
Alegrete
Bagé
Bento Gonçalves
Camaquã
Carazinho
Caxias do Sul
Cruz Alta
Frederico Westphalen
Guaporé
Horizontina
Lajeado
Litoral Norte
Nova Prata
Novo Hamburgo
Passo Fundo
Pelotas
Porto Alegre
Rio Grande
Rosario do Sul
Santa Rosa
Santana do Livramento
Santiago
Santo Angelo
São Borja
São Gabriel
São Leopoldo
São Luiz Gonzaga
Soledade
Vacaria
Valo do Paranhana
FETEC SC
Criciúma
Florianópolis
Joaçaba
Videira
FILIAÇÃO DIRETA
Campinas
Naviraí
Piracicaba
FEDERAÇÃO BA/ SE
Feira de Santana
Sergipe
A proposta da Fenaban 2015
Reajuste: 10%.
Pisos: Reajuste de 10%.
– Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.377,62
– Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.976,10
– Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.669,45 (que inclui R$ 470,75 de gratificação de caixa e R$ 222,60 de outras verbas de caixa).
PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 2.021,79, limitado a R$10.845,92. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$ 23.861,00.
PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 4.043,58.
Antecipação da PLR até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva: na regra básica, 54 % do salário mais fixo de R$ 1.213,07 limitado a R$ 6.507,55. Da parcela adicional, 2,2 % do lucro líquido do primeiro semestre, limitado a R$2.021,79. O pagamento do restante será feito até 01 de março de 2016.
Auxílio-refeição: de R$ 26 para R$29,64 por dia.
Cesta-alimentação: de R$ 431,16 para R$ 491,52
13ª cesta-alimentação: de R$431,16 para R$491,52
Auxílio-creche/babá: de R$ 358,82 para R$ 394,70 (para filhos até 71 meses). E de R$ 306,96 para R$ 337,66 (para filhos até 83 meses).
Requalificação profissional: de R$ 1.227,00 para R$1.349,70
Saúde – A Fenaban apresentou um termo de entendimento a ser assinado entre os seis maiores bancos e o movimento sindical bancário com mesas específicas para tratar de ajustes na gestão das instituições de modo de reduzir as causas de adoecimento e afastamento. As comissões de empresa acompanharão para garantir a melhoria das condições de trabalho.
Fonte: Contraf-CUT