Giucélia: Privilégio para esposas de deputados é afronta para o país

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Na última quarta-feira, 25, o presidente da Câmara dos Deputados Federais, Eduardo Cunha (PMDB), autorizou o aumento de todas as despesas com os parlamentares, e incluiu a permissão para as esposas dos deputados utilizem a cota destinada para passagens aéreas. O assunto gerou polêmica nas Redes Sociais, e a vice-presidente do PT/PB, Giucélia Figueiredo, explicou o motivo pelo qual não concorda com o posicionamento adotado pelo presidente da Casa.

“Não se trata apenas de uma questão de gênero. Esta medida de pagar passagens aéreas para as esposas de deputados em nada tem a ver com o debate de gênero. Estritamente, a luta do movimento feminista não está apartada da luta pela justiça social, ao contrário, precisa necessariamente ser vista como parte da luta por justiça social”, analisou.

Segundo dados da própria Câmara Federal, como o reajuste será a partir de abril, em 2015 o impacto financeiro será de aproximadamente R$ 110 milhões. Porém, a partir de 2016, a despesa extra será na ordem de R$ 150 milhões por ano.

Giucélia Figueiredo fez questão de ressaltar que a maioria, “esmagadora”, das mulheres brasileiras que demandam políticas públicas para a defesa e preservação dos seus direitos, não se sentem representadas por essas práticas oligárquicas: “A defesa dos direitos das mulheres é também uma defesa dos direitos humanos”

“A luta feminista e a formulação de políticas públicas para as mulheres não podem ser vistas como ação de mulheres contra homens, muito menos como concessão de regalias para algumas poucas mulheres. Só teremos êxito quando homens e mulheres entenderem que precisamos reconhecer as desigualdades produzidas pelo machismo, e ter ações concretas e afirmativas para superar esta situação”, acrescentou.

A vice-presidente do PT/PB disse ainda que “em um momento de profundo desgaste, medidas como esta do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, só aprofundam um descontentamento da população com a atividade política. Sem o interesse da população pela política, a democracia se fragiliza”.

“Queremos uma sociedade democratizada, na qual todas e todos tenham direito a participação política, expressão de suas ideias, compromisso e respeito com a diversidade e autonomia para tudo isto”, finalizou.

 

Fonte: Parlamento PB