ARTIGO: “Precisamos empoderar e incentivar nossas companheiras de luta”, por Paloma dos Santos

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PRECISAMOS EMPODERAR E INCENTIVAR NOSSAS COMPANHEIROS DE LUTA
Por Paloma dos Santos*

Embora continuem sub-representadas na política, as mulheres mostram-se mais seguras do que nunca

Cada vez mais as mulheres, em toda a sua pluralidade – lésbicas, travestis e transexuais, estão crescendo e mostrando-se imbatíveis em suas decisões e escolhas. Com muito esforço e união, os setores da sociedade têm sido ocupados e a luta pelo desenvolvimento da questão de gênero tem sido contínua.

Embora continuem sub-representadas na política, as mulheres mostram-se mais seguras do que nunca. Nos últimos anos, o crescimento de filiações partidárias tem ocorrido gradativamente e mais mulheres almejam tornar-se parlamentares. Os obstáculos políticos têm sido superados, porém a luta pelo direito de participar igualmente na governança democrática se faz cada vez mais necessária.

A eleição presidencial de 2014 foi um marco para as mulheres brasileiras. Foi a primeira vez na história de um país tão machista que três mulheres disputaram o cargo mais importante da nação. Em um país com um déficit tão grande de mulheres na política e com poucas oportunidades de participação, a presença de três mulheres na corrida pela presidência foi extraordinária. E o fato de os brasileiros terem elegido pela segunda vez consecutiva uma mulher como presidente da República mostrou que uma nação inteira está preparada para a discussão da igualdade de gênero e renovou ainda mais o espírito de luta pelos direitos das mulheres.

Em contrapartida enfrentamos um quadro político machista e retrógrado que quer acabar com os direitos adquiridos e barrar o empoderamento feminino. A presença percentual de mulheres no parlamento brasileiro ainda é vergonhosa e a elevada carga de trabalho com a tripla jornada, o caráter machista da sociedade e o domínio masculino dos partidos políticos dificulta a entrada das mulheres nesse cenário.

Precisamos nos unir para ocupar ainda mais os espaços, os cargos públicos e políticos. Precisamos criar uma grande corrente e fortalecer cada vez mais a luta pelos direitos das mulheres. Nós temos que ter quem represente nossos interesses e isso só será possível se participarmos mais ativamente da política. E mais do que participar precisamos que haja cada vez mais mulheres no poder e nós como mulheres precisamos apoiar e empoderar nossas companheiras.

* Paloma dos Santos é secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs)

Fonte: CUT SP
(Foto: Arquivo Pessoal)