Na segunda-feira, 29, a comunidade da Avaaz e a sociedade civil vibraram com a decisão da União Europeia de proibir três pesticidas, que causam a morte das abelhas e de outros insetos. A proposta teve apoio de 15 dos 27 estados-membros. A vitória é resultado de dois anos de campanhas, que começaram com o envio de mensagens para ministros de governos, protestos de apicultores com a sociedade civil para chamar a atenção da mídia, entre outras articulações. A forte mobilização aconteceu por meio de uma petição online no site da Avaaz, que reuniu mais de dois milhões de assinaturas, além de protestos nas ruas e passeatas.
Quinze países, entre eles a França e a Alemanha, votaram a favor da proposta de proibição. Já oito países, entre eles Reino Unido, Itália e Hungria votaram contra e quatro, entre eles, a Irlanda, se abstiveram. Durante dois anos, a Comissão Europeia suspenderá a utilização de três neonicotinoides – clotianidina, imidacloprid e tiametoxam – encontrados em pesticidas utilizados em cultivos de milho, canola, girassol e algodão. Os pesticidas proibidos são produzidos, principalmente, pela Bayer (Alemanha) e Syngenta (Suíça), os quais se opuseram veementemente contra a campanha de proibição.
Segundo pesquisas agrícolas, as abelhas são responsáveis por polinizar 2/3 de todos os alimentos, mas com o uso cada vez maior de inseticidas, cientistas notaram que esses insetos estavam morrendo em proporções gigantescas. Com isso muitas espécies de plantas e animais desapareceriam. A Comissão de Meio Ambiente do Parlamento Britânico assegura, que pelo menos, 60% das espécies do inseto tiveram sua população reduzida. Apesar de a decisão proibir o uso desses inseticidas por pouco tempo, esta ação já mostra um avanço na luta por politicas públicas voltadas ao meio ambiente e à saúde. No Brasil – o maior mercado consumidor de agrotóxicos do mundo – a substância pode ser usada, mas com restrições. Só em 2010, foram comercializados mais de um milhão de toneladas de inseticidas, o equivalente a 5,2 litros por habitante.