Nesta sexta-feira, 29 de janeiro, o Senge-PR protocolou junto a Copel um pedido de afastamento imediato do diretor de Operações e Manutenção da Copel Geração e Transmissão, Thadeu Carneiro da Silva.
O pedido do Senge-PR tem base em um dossiê compilado a partir de denúncias anônimas recebidas pela entidade. Estas denúncias chamaram atenção para o fato de Silva ser proprietário da TS Energy Service, empresa que trabalha com prestação de serviços no setor de Geração de Energia e presta serviços a várias empresas que são fornecedoras da Copel.
Segundo o pedido, o diretor é responsável pela gestão dos contratos com estes fornecedores. A TS Energy Service presta serviços para a NC Energias Renováveis, Vestas e Siemens Gamesa. Ao mesmo tempo, estas empresas são fornecedoras e estão submetidas ao crivo da gestão de Thadeu Silva na Copel. Portanto ele é, ao mesmo tempo, contratante e contratado.
:: Veja aqui o pedido do Senge-PR e o dossiê sobre Thadeu Silva
Para o Senge-PR, tal conduta constitui conflito de interesses e possível tráfico de influência. A entidade afirma que o diretor “usa a Copel de forma deliberada, destruindo capital intelectual e técnico construído em décadas de trabalho para fomentar negócios externos, favorecendo diversas empresas, incluindo a própria”.
O presidente do Senge-PR, Leandro Grassmann, que protocolou o pedido junto à Copel, lembra que a Companhia não está isenta de erros, mas precisa agir de forma célere para garantir a transparência na gestão da empresa: “elevar um profissional que tem claros conflitos de interesse à posição de diretor foi um erro. Resta à Copel agora admitir que errou e corrigir esta situação, sob o risco de desrespeitar a legislação e as próprias políticas de compliance. Afinal, nem mesmo a administração da Copel está isenta de errar. Mas, ao deparar-se com uma falha, tem a obrigação legal de corrigi-los.”
O Senge-PR solicita que a Copel abra investigação interna para apurar o processo de nomeação de Thadeu Carneiro da Silva, exonere e afaste imediatamente o diretor e tome todas as demais medidas cabíveis para eliminar todos os vícios de legalidade decorrentes da atuação de Silva.
Conduta problemática
Esta não a primeira vez que por Thadeu Carneiro da Silva viola o código de conduta da Copel. No início de janeiro o diretor ganhou celebridade entre os copelianos pelo uso da expressão “porco de granja” para se referir aos colegas de trabalho. Pouco depois, fotografias publicadas em uma rede social comprovaram a participação de Silva na polêmica festa “Réveillon do Gostoso”, em São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, em plena pandemia de coronavírus. Sobre a presença na festa, o Senge-PR também solicitou investigação por parte da Copel, uma vez que a empresa possui um complexo eólico na cidade.
Fonte: Senge-PR