Alimentação deve ser prioridade em negociações de trabalhadores

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 A inflação no Brasil em 2020 não reflete o peso sentido no bolso da população brasileira. Principalmente quando o assunto é alimentação. O IPCA do ano passado atingiu 4,52%, sendo 1,35% apenas no mês de dezembro. Só que o INPC, que é utilizado para as negociações de reposição salarial, bateu a casa 5,45%. E no quesito comida, a alta foi o triplo. Atingiu 15,5% no ano, segundo estudo do DIEESE em seu Boletim de Conjuntura.

Os mais penalizados pelo aumento dos alimentos foram os mais pobres. As maiores elevações foram verificadas no preço do óleo de soja (104%), do feijão (81,4%), do arroz (75,3%) e da batata-inglesa (67,3%).

Segundo o DIEESE, “a alta generalizada ocorreu principalmente devido à desvalorização cambial, ao alto volume das exportações, ao abandono da política de estoques reguladores por parte do governo federal e a fatores climáticos, em decorrência de longos períodos de estiagem ou de chuvas intensas”. Portanto, é necessário atacar esses itens para que o povo brasileiro volte a ter comida mais barata na mesa.

Desvalorização salarial

A falta de valorização do salário mínimo pesa ainda mais no bolso da população, “especialmente diante da elevação acentuada no preço dos alimentos. Nesse começo de 2021, o salário mínimo consegue adquirir pouco mais que 1,5 cesta básica, a menor relação desde 2005”, compara o Boletim.

O salário mínimo é referência de rendimento para 50 milhões de pessoas no Brasil (cerca de 24% da população total), dos quais pouco mais de 24 milhões são beneficiários(as) do INSS (aposentados ou pensionistas); aproximadamente 12 milhões são empregados(as) nos setores privados ou públicos; e quase 10,5 milhões são trabalhadores(as) por conta própria.

LEIA A NOTA TÉCNICA DO DIEESE AQUI

Fonte: Senge-PR

Foto: Bruno Cecim/Ag.Pará