No último dia 20 de março foi realizada a posse solene do presidente eleito do CREA-RJ, Agostinho Guerreiro, que assume a entidade como promessa de mudanças estruturais e políticas. Representantes dos governos municipal e estadual do Rio de Janeiro estiveram presentes na cerimônia. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, representou o governo Federal. A Fisenge foi representada pelo secretário-geral Clovis Nascimento. Todos os presidentes eleitos do sistema Confea/CREAs prestigiaram Agostinho. Na ocasião também foram empossados a diretoria, conselheiros e suplentes do CREA-RJ e da Mutua – Caixa de Assistência.
Um fato inédito na história de 75 anos de CREA-RJ foi a presença dos servidores do CREA-RJ como convidados na cerimônia de posse de um presidente. “Em 30 anos trabalhando no Conselho esta é a primeira vez que a Associação foi convidada a participar de uma posse. Estamos vivendo um momento histórico”, afirmou Robson Da Matta, presidente da Associação de Servidores do CREA-RJ, ao tomar a palavra.
Pelas mulheres
A presidente da Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (ABEA), Arq.e Urbanista Duaia Vargas, parabenizou Agostinho por estar ao lado da luta das mulheres pela igualdade. “É um prazer estar representando todas as mulheres engenheiras e arquitetas do Brasil. Conseguimos dar mais um passo na busca pela tão sonhada igualdade. Hoje Agostinho está nos provando que é possível avançar mais”, afirmou.
Vitórias começam com sonhos
O atual presidente do Senge-RJ e ex-presidente da Fisenge, engenheiro eletricista Olímpio Alves dos Santos, enfatizou o esforço e o criterioso trabalho na constituição da candidatura de Agostinho. “Quero parabenizar a brilhante vitória do companheiro Agostinho Guerreiro e todos aqueles que com esforço construíram a candidatura vitoriosa. Nada se constrói sem sonho, sem utopia e sem acreditar”, finalizou.
Parceria para funcionários
Uma das importantes questões da gestão de Agostinho é a retomada do trabalho da Mútua – Caixa de Assistência dos Funcionários do CREA-RJ. O presidente da instituição, Ângelo da Costa Neto, afirmou que é com entusiasmo que a diretoria da Mútua assume o mandato, “sabendo que poderá contar com o Conselho nas questões fundamentais e sempre trabalhar em parceria”, disse. A Mútua havia sido extinta pelo presidente anterior do CREA-RJ, Reynaldo Barros.
Por um novo Conselho
“A figura, a experiência e concepção de mundo de Agostinho Guerreiro resgata a preocupação na atuação junto aos movimentos sociais que o CREA precisa desempenhar”. Dessa forma o presidente do Confea Marcos Túlio de Melo abriu sua fala na posse. De acordo com Marcos Túlio, um dos grandes desafios do Sistema Confea/CREAs é o de reunir a categoria profissional para que atue de forma ativa no projeto de desenvolvimento nacional.
Ainda de acordo com Marcos Túlio, ainda há a dura tarefa de se resgatar a cultura técnica do país, de valorização profissional e infra-estrutura e conclamou Agostinho a assumir a liderança no processo. “Pelo seu perfil eu te conclamo a assumir esta tarefa de lutar por um novo projeto de sociedade, com o Sistema e seus profissionais assumindo posições de destaque na concepção desse projeto”, afirmou.
Discurso de posse
Agostinho se posicionou diante da crise afirmando que o país ainda tem uma oportunidade de obter sucesso frente à crise. E afirmou que uma das razões é o fato da população resistir ao projeto de privatização do sistema financeiro, principalmente. “E por que não falar sobre a luta que nossa população travou contra a privatização da Petrobras?”, indagou.
De acordo com o novo presidente, se não fossem Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e outras empresas de infra-estrutura ainda pertencerem ao Estado, “certamente estaríamos passando por um momento pior do que o atual”.
Agostinho Guerreiro classificou como ousado o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal. “Fazia tempos que não víamos um ousado programa de aceleração, ainda que com alguns necessários ajustes. Infelizmente o que temos visto são programas de governo, que começam e acabam com mandatos, e dependendo da vontade política dos representantes. O que precisamos é de programa de país, de médio e longo prazo para demos ao Brasil mecanismos para sairmos do caos no qual vivemos em algumas áreas”, disse.
Agostinho citou a importância do desenvolvimento nacional estar ligada à sustentabilidade do planeta e da biodiversidade nacional. Citou a Lei 11.888 (Lei da Engenharia Pública) como um marco importante na busca pelo direito à moradia digna de todos os cidadãos. Ele afirmou a importância da descoberta da camada pré-sal como “geração de riqueza para o povo brasileiro, sem exclusão”. E finalizou: “é por isso que o pré-sal é nosso!”.
História do CREA-RJ
Três anos após a fundação do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro, em 1931, foi fundado o CREA-RJ (1934), o que conferiu à entidade, ao menos no seu início, uma atuação mais próxima aos trabalhadores e à sociedade. Ao longo da história, no entanto, gestões não comprometidas com os trabalhadores acabaram por desviar uma das funções do CREA. A eleição de Agostinho, portanto, representa o resgate dos ideais que ajudaram a consolidar o CREA-RJ como entidade atuante social e profissionalmente e como defensora da população nos grandes debates da atualidade.
Na foto: O presidente do Confea, Marcos Túlio de Melo, empossa o presidente do CREA-RJ, Agostinho Guerreiro. A cerimônia foi realizada no Vivo Rio.
Foto e texto: Silvana Sá