“A tecnologia tem que ser voltada para sociedade”, diz executiva em TI

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Ela está na lista das 20 mulheres mais poderosas do Brasil, segundo a Revista Forbes. Em 2018, foi eleita uma das 100 afrodescendentes mais influentes do mundo, com menos de 40 anos. Com a carreira consolidada na área de tecnologia da informação, Nina Silva é uma das criadoras do Movimento Black Money, que tem sido a porta de entrada para a transformação de muita gente no mundo do trabalho, especialmente da população negra. “O movimento Black Money é um hub (polo) de inovação tecnológica para a emancipação e a autonomia da comunidade negra no Brasil e no mundo”, define.
Em entrevista ao Impressões,Nina Silva falou de educação financeira, empreendedorismo e tecnologia. Salientou como essas áreas têm mudado a realidade de muitos brasileiros.

Formada em administração, ela virou consultora em tecnologia da informação, algo raro no mercado para uma pessoa com o seu perfil. Chefiou equipes, trabalhou em multinacionais e fora do país. Depois de sofrer com a síndrome de Burnout (provocada pelo excesso de trabalho), foi morar nos Estados Unidos. “Lá eu comecei a observar que o meu problema não era sair do Brasil, o meu problema não era sair da tecnologia, era entender que a tecnologia deveria ser mais inclusiva e mais realista. Se a tecnologia não é feita por todas as pessoas, ela nunca vai impactar as pessoas que ela tem que impactar”, analisa.

Ela juntou a necessidade de a tecnologia servir a todos com a importância da população negra na economia do país para criar o Black Money. Trata-se de uma plataforma on-line que permite a conexão entre empreendedores e consumidores negros, um negócio de impacto social que gera lucro, emprego e renda. “A gente está falando de R$ 1,7 trilhão movimentados na economia”, destaca, por pessoas pretas e pardas, que são 56% da população brasileira, frisa, citando dados do IBGE.

A iniciativa, que é uma espécie de centro de inovação, oferece treinamentos em gestão e tecnologia e tem produzido bons resultados. “Somos impactados diretamente por mês por 80 mil pessoas em relação às nossas redes, em mailing e eventos”, revela. “A gente vem trabalhando educação e pautando empresas que muitas vezes querem divulgar vagas e aumentar o número de diversidade dentro do seu corpo de trabalhadores. A gente se conecta tanto a essas pessoas, que passam pelos nossos cursos, quanto a empresas que querem absorver uma mão de obra que está em desenvolvimento e é qualificada”.

Atenta às mudanças, Nina sabe da importância de se criar espaços institucionais para acompanhar os novos tempos. Ela defende o diálogo entre empresas e sociedade civil na construção de espaços de desenvolvimento conjunto. “O processo tem que ser contínuo. E não acharmos que as pessoas já têm que vir preparadas porque não vai ter preparação possível nesse mundo tecnológico em que cada hora você está obsoleto. Então, o que se faz com esse profissional? Você o coloca na rua ou trabalha a transformação dele ao longo do período?”, indaga Nina, já certa de sua resposta.

Assista a íntegra da entrevista AQUI

Fonte: Tv Brasil/EBC