CARTA ABERTA
das Entidades da Agronomia de Santa Catarina ao
CONGRESSO BRASILEIRO DE AGRONOMIA – CBA 2025
Subsídio às Discussões do Congresso Brasileiro de Agronomia
Introdução
As entidades FEAGRO-SC, SEAGRO-SC e UNEAGRO/SC, representando os(as) engenheiros(as)
agrônomos(as) de Santa Catarina, apresentam este documento com o objetivo de contribuir para os
debates do Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA 2025, a ser realizado em Maceió/AL, entre os
dias 14 e 17 de outubro de 2025, sob promoção da CONFAEAB, bem como para outros eventos e
ações da nossa Confederação:
Considerando
• O reconhecimento do papel estratégico da Agronomia no desenvolvimento sustentável e na
segurança alimentar;
• Os desafios enfrentados pelos profissionais, em especial no contexto catarinense;
• A importância da valorização, formação contínua e atualização técnica dos engenheiros agrônomos;
• A necessidade de fortalecimento das políticas públicas e integração entre entidades e sociedade.
Proposições
Sugerimos que o CBA 2025 e a Confaeab discutam, priorizem e busquem ações para encaminhar os
seguintes temas:
1. Salário Mínimo Profissional (SMP) real: valorização do SMP e mudança na legislação (Lei nº 4.950-
A de 1966) para correção permanente do valor congelado pelo STF, em março/2022;
2. Valorização profissional: campanhas de mídia em sintonia com a realidade atual do mercado e
com as grandes questões nacionais e mundiais, como segurança alimentar, sustentabilidade,
mudanças climáticas, energias renováveis, digitalização e uso da inteligência artificial, de acordo
com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS;
3. Qualidade do ensino com valorização de aulas presenciais e uso do EAD apenas como ferramenta
complementar, limitado a 20% do conteúdo;
4. Reivindicar do Sistema Confea/Crea estruturação de fiscalização específica para as obras e
serviços no espaço rural, em especial para as atividades dos(as) engenheiros(as) agrônomos(as);
5. Estimular a valorização da inclusão do termo “espaço ou área rural” nas discussões sobre
questões de planejamento e desenvolvimento dos municípios, bem como o uso da expressão
“territórios” nessas situações (Exemplo: Territórios Inteligentes em vez de Cidades Inteligentes);
6. Promover a inclusão do engenheiro agrônomo como protagonista fundamental nas ações que
envolvem os temas a serem discutidos na COP30 visando a sustentabilidade mundial;
7. Apoiar o Projeto de Lei nº 626/2020 – “Engenheiro(a), Sim! Analista Não!”, que dispõe sobre a
regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização
do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, para efeito de
fiscalização do exercício profissional;
8. Estimular e enfatizar para o uso do termo Engenheiro Agrônomo em todos os ambientes,
sobretudo no sistema Confea/Crea/Mútua;
9. Trabalhar pelo fortalecimento (da gestão e do financeiro) das entidades de classe que compõem e
formam o sistema Confea/Crea/Mútua e por conseguinte dos profissionais que delas participam;
10. Difundir práticas que de fato contribuam para o convívio sustentável com o meio ambiente, à
exemplo de tecnologias como o Sistema de Plantio Direto de Hortaliças – SPDH, Sistema
Agroflorestal, Agroecologia e Agricultura Regenerativa;
11. Monitorar e contrapor ações que prejudiquem, concorram ilegalmente ou retirem atribuições
técnicas do Engenheiro Agrônomo;
12. Propor e incentivar políticas públicas que fortaleçam o trabalho e as empresas públicas de
pesquisa, assistência técnica e extensão rural, defesa sanitária vegetal e da área ambiental;
13. Resgatar e fortalecer o papel do engenheiro(a) agrônomo(a) como agente de inclusão social da
agricultura familiar na economia produtiva;
14. Aprofundar as discussões e ações na transformação do receituário agronômico em ferramenta
essencial para o desenvolvimento sustentável, exigindo também que a sua emissão seja feita
apenas por profissionais com formação superior na área;
15. Refletir e encaminhar: O Engenheiro(a) Agrônomo(a) na sua vida recebeu Educação Financeira?
Sabe-se que a educação do comportamento financeiro afeta as diversas áreas da vida, incluindo a
profissional. Neste sentido, gestionar junto as universidades que incluam a disciplina de Educação
do Comportamento Financeiro para os profissionais. Para os Engenheiro Agrônomos já em
atuação, que as associações de classe sejam estimuladas e apoiadas a fornecer formação na área
de finaças pessoais e familiares no sentido de proporcionar mais segurança profissional, familiar e
financeiramente sustentável;
16. Proporcionar formação dos(as) Engenheiros(as) Agrônomos(as) sobre liderança e importância do
profissional ocupar os diferentes espaços na sociedade e ser protagonista da valorização
profissional, da classe e do segmento onde atua.
Por fim, reafirmamos nosso compromisso com o fortalecimento da Agronomia e nos colocamos à
disposição para o diálogo e a construção coletiva de soluções. Desejamos que o CBA 2025 seja um
espaço frutífero de debates e avanços para todo o conjunto dos(as) engenheiros(as) agrônomos(as),
para o agronegócio como um todo, incluída aí a agricultura familiar nas suas diferentes dimensões, e
para toda sociedade.
Florianópolis, 30 de setembro de 2025.
Eng. Agr. MARIO ALVARO ALOISIO VERISSIMO
Presidente da FEAGRO-SC
Federação dos Engenheiros Agrônomos de Santa Catarina
Eng. Agr. SAYMON ANTONIO DELA BRUNA ZEFERINO
Diretor Presidente do SEAGRO-SC
Sindicatos dos Engenheiros Agrônomos de Santa Catarina
Eng. Agr. ISRAEL MOREIRA
Diretor Presidente da UNEAGRO/SC
Cooperativa de Trabalho dos Engenheiros Agrônomos e de Profissionais
em Desenvolvimento Rural e Ambiental de Santa Catarina