À espera do Departamento Nacional de Prevenção e Mitigação de Catástrofes | Francis Bogossian

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A crise climática provocada pelo aquecimento global e pela falta de medidas preventivas atinge desta vez, e drasticamente, o Estado do Rio Grande do Sul.

É de se salientar o empenho das autoridades municipais, estaduais e federais, além da sociedade civil e de outros estados da federação.

Se não temos como evitá-los, temos que amenizar essas crises, que se repetirão com mais frequência até.

A engenharia brasileira está apta para resolver as crises, projetando um plano de tratamento e reconstrução do patrimônio abalado e também estabelecer procedimentos para evitar novas crises naquele e em outros locais. Temos engenheiros geotécnicos, geólogos, hidrólogos, florestais etc., e não precisamos e não devemos importar entidades técnicas de outros países para equacionar e resolver tais problemas.

O Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro é reconhecido internacionalmente pelas Medidas Preventivas e pelo Alerta Rio, e é considerado, também internacionalmente, como um dos melhores do mundo, junto com o de Hong Kong.

As prefeituras de municípios da maioria dos estados brasileiros, e notadamente as de regiões de baixadas e encostas, não têm condições financeiras e nem técnicas para realizar os estudos, projetos e obras preventivas ou mitigadoras. Não adianta botar culpa em prefeitos e até em governador, na maioria dos casos.

No passado, havia os departamentos Nacionais Operativos de Obras Contra Secas – DNOCS e de Obras de Saneamentos – DNOS, sediados em Brasília, com subsidiárias nas regiões de áreas mais necessitadas (baixadas e encostas, nesse caso).

Propus, quando ocupava a Presidência do Clube de Engenharia – Brasil, situado no Rio de Janeiro, a criação de um Departamento Nacional de Prevenção e Mitigação de Catástrofes – DNPMC, subordinado a um ministério ou até à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC).

A hora é essa, presidente Lula. Sob o seu comando e sua orientação e com apoio técnico de entidades como o Clube de Engenharia – Brasil (1880), a Academia Nacional de Engenharia (ANE) e a Associação de Empresas de Engenharia, às quais tive a honra de presidir.

*Francis Bogossian foi presidente do Clube de Engenharia – Brasil por dois mandatos consecutivos.

 

Fonte: Clube de Engenharia

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil