A redução dos salários dos trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras é a prioridade da empresa. O CNE se recusa a sequer debater o assunto, por ser absurdo e desumano em um cenário de aumento de 37% nos salários da diretoria e um lucro líquido de 4,4 bilhões. O impasse, que vem marcando cada um dos encontros, segue posto.
A Eletrobras tinha, no entanto, uma apresentação preparada para os sindicatos. Nela, o diretor de Saúde e Segurança, Paulo Roberto de Souza Júnior, falou sobre o bem-estar dos funcionários, em versão bastante diferente daquelas que os próprios trabalhadores vêm relatando na pesquisa de data-base promovida pelo CNE. Por trás do “céu de brigadeiro” apresentado havia, segundo o CNE, “uma apresentação superficial advogando em defesa da precarização dos exames periódicos terceirizados pela BRMed”.
A saúde era prioridade na pauta do CNE, que levou para a mesa questões como a piora na saúde mental dos trabalhadores, a redução drástica das equipes de saúde, a não reposição de médicos, psicólogos e assistentes sociais do quadro, a redução da cesta de exames ocupacionais, o fechamento de todos os ambulatórios da empresa, a terceirização de toda a área da saúde, o alto número de acidentes de trabalho com terceirizados e acidentes fatais e a contratação de clínica de check-up para a realização de exames para diretores, vice-presidentes e gerentes executivos.
Quando a reunião foi retomada, após o almoço, o diretor de Saúde e Segurança não retornou. “Ele simplesmente abandonou a reunião depois do almoço sem dar qualquer resposta ou satisfação”, relata o coletivo. O CNE reforçou o pedido de paralisação do processo de migração dos planos de saúde dos trabalhadores e trabalhadoras para o mercado em meio a negociação do ACT.
Outra proposta sem resposta foi a unificação dos ACTs específicos das cinco empresas do sistema Eletrobras. A ideia era incluir as 46 cláusulas no ACT nacional, garantindo benefícios e direitos a todos os trabalhadores e trabalhadoras do sistema.
Quinta rodada
O próximo encontro entre sindicalistas e a diretoria da Eletrobras acontecerá no dia 21/05, quando o CNE espera sair, finalmente, com uma proposta a ser apresentada para a categoria. A manutenção integral dos salários não é discutível, destaca o CNE. O coletivo enfatiza a importância do acompanhamento dos trabalhadores e trabalhadoras através de seus sindicatos. “Estamos dispostos a negociar, a buscar caminhos, mas não podemos aceitar condições injustas e indecorosas para uma força de trabalho que opera a maior empresa de energia elétrica da América Latina”, finaliza o boletim.
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Fonte: Senge RJ