Fonte: Instituto Telecom
Várias escolas de samba do Rio de Janeiro trouxeram para a avenida a luta contra o racismo, o preconceito religioso, o ódio.
Um dos temas abordados nos diversos enredos, o sincretismo religioso não ocorreu no Brasil a partir de um processo harmônico. Ao contrário. Foi um movimento de resistência e preservação das suas culturas e valores, com o qual, naquele momento histórico, os negros se opuseram ao braço opressor da Igreja Católica. Resistiram a castigos e torturas para realizarem seus cultos.
O sincretismo pode ser interpretado como a “fusão de filosofias, de ideologias, de sistemas sociais ou de elementos culturais diversos: sincretismo social”. Nessa perspectiva, se acentua a intercessão de vários caminhos, várias visões de mundo. E, combinada com todas essas lutas, está a busca do respeito às diferenças, a luta contra a desigualdade social. Com base nessa experiência, podemos e devemos construir um sincretismo digital em que, a partir da inclusão digital, seja possível caminharmos no sentido da redução da miséria e da pobreza.
O professor e economista Marcio Pochmann lembra que, no Brasil, um a cada sete brasileiros mora no campo e a maior parte desses camponeses é pobre. Urbanizar o meio rural com infraestrutura e internet ajuda no desenvolvimento rural e no combate à pobreza e à desigualdade. Para Pochman, trata-se de “uma importante porta de saída para o enorme desemprego nacional.”
Ele vai além e diz que, para combater a desigualdade na era digital, é preciso olhar experiências exitosas no mundo. “No Brasil, o intermediário esmaga renda do produtor rural e eleva preço ao consumidor. Na China, a difusão púbica da internet eliminou o intermediário, elevou a renda do produtor em até três vezes, com queda no preço final ao consumidor”.
Essa tem sido a proposta do Instituto Telecom: a difusão pública da internet. Isso se concretizará com a redução das tarifas de telecomunicações, um novo marco regulatório para as (tele)comunicações; banda larga nas escolas e nas casas de todos, em particular das camadas mais excluídas da nossa sociedade; utilização do Fundo de Universalização das Telecomunicações para efetivamente difundir a internet pública e não dar dinheiro do erário para setores reacionários do agronegócio; cumprimento das obrigações relativas ao 4G e ao 5G. E, principalmente, a banda larga prestada em regime público e para todos, medida essencial para garantirmos o conjunto dos objetivos.
Viva a luta contra o racismo, o preconceito e o ódio! Salve o sincretismo religioso! Que venha o sincretismo digital trazendo mais inclusão social e acesso à banda larga para todos.
* Publicado por Instituto Telecom em 26 de abril de 2022
