Por Manoel Ramires/Senge-PR
A engenheira agrônoma Giucélia Figueiredo, primeira mulher a ocupar um cargo de diretoria na Mútua Nacional, foi homenageada durante o 12º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros, com patrocínio da Mútua e apoio do Crea-RJ. Ela tem um longo currículo e trajetória ligada a área da agronomia, participando de diversas funções governamentais para o desenvolvimento do setor e, também, para a igualdade de direitos entre mulheres e homens na engenharia.
Ela foi, por exemplo, a primeira mulher a dirigir o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) na Paraíba e a Coordenadoria Nacional das Superintendências Federais de Agricultura do Ministério da Agricultura. Durante o Consenge, o engenheiro Roberto Freire prestou a homenagem.
“É com muito orgulho, admiração e respeito que a homenageamos por conta de sua trajetória na engenharia, em defesa dos direitos das mulheres e da soberania nacional e da sociedade brasileira”, destacou.
Giucélia é engenheira agrônoma com especialização em engenharia de irrigação (UFPB/1988); em técnicas de análise organizacional (Fundação Getúlio Vargas/1984) e pós-graduação em engenharia de irrigação (UFCG/inconcluso). Também é engenheira agrônoma da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca desde 1982. Foi Superintendente Federal do Ministério da Agricultura na Paraíba (2003/2005); Coordenadora Nacional das Superintendências Federais de Agricultura (MAPA em 2006); Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (2009/2010 na Paraíba); Delegada Federal do Desenvolvimento Agrário na Paraíba (2011/2014) e Secretária Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres em João Pessoa (2015). Giucélia foi a primeira mulher presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Paraíba (CREA-PB), reeleita por dois mandatos consecutivos (2012/2017). Também foi diretora da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) e recém-eleita para o seu segundo mandato na diretoria nacional da Mútua.
Sob aplausos do público presente, ela agradeceu a homenagem e contou um pouco da sua trajetória de vida. Ela era uma menina de 11 anos que trabalhava como camelô em sua cidade natal e que se orgulha dessa trajetória de vida. A engenheira disse acordar todos os dias e reafirmar seu compromisso com uma sociedade justa e igualitária.
“Vou usar uma frase do presidente Roberto Freire, que terminou ontem dizendo que o que a vida quer da gente é coragem. Essa homenagem que a Fisenge está me proporcionando neste momento não me pertence. Pertence a todos e a todas, principalmente às mulheres, trabalhadoras, professoras, cientistas, trabalhadoras do lar e engenheiras. Pertence às mulheres que, de forma invisível ou não, protagonizam a luta em defesa de uma sociedade justa e igualitária”, destacou
Para Giucélia, esta homenagem é uma honra durante o Consenge. “O país está atravessando um momento difícil e de guerra em que a Fisenge demonstra ter muita coragem e é uma reafirmação que esta federação dá de seu norte político”, ressaltou.
“Ao realizar seu 12 Congresso neste momento – de pandemia, de desconstrução de um governo que se coloca como genocida, que oprime, que patrocina a maior desconstrução de um país que a humanidade já viu – a realização do nosso congresso é a afirmação da luta da nossa federação. É isso, presidente Roberto, que me move, me motiva a continuar também essa luta”, complementando que “ser homenageada nesse cenário é uma emoção sem precedentes na minha história de vida”.
Ao agradecer a homenagem, a engenheira dedicou a honraria a “cada momento da minha militância, protagonizando a participação política das mulheres, a vocês mulheres da Fisenge que representam minha fonte política. Não é uma caminhada fácil. Muitas vezes, é dolorosa. Mas olho de lado e tem a Fisenge, meu partido, meu sindicato e é isso que me move. Finalizo dizendo que nós venceremos. Penso o que o companheiro Soares diria… E só uma coisa: Fora, Bolsonaro”, conclui.