Em breve, no futuro não muito distante, as pessoas poderão encontrar diversos eletropostos pelo seu caminho para poder abastecer seu carro elétrico. Ainda mais com a tendência de cada vez mais o mundo abandonar os combustíveis fósseis e optar por energias renováveis. No entanto, imagina se seu carro elétrico estaciona em um eletroposto que não tem combustível elétrico por sobrecarga no sistema gerando um “black out”. No popular, apagão. Você ficaria em pane – ou pânico – até que a energia chegasse à bomba e pensando: se meu carro fosse híbrido, eu colocaria gasolina e iria embora.
Para evitar que o consumidor não corra o risco de ficar desabastecido e que todos os eletropostos possuam combustível suficiente para sua demanda, um projeto inovador da Copel, SENAI-PR e a empresa MOTIVA Mobilidade S/A está criando um sistema de gestão inteligente de dados entre distribuidoras de energia e plataformas de gestão de recargas na mobilidade elétrica”.
A ideia é prevenir a sobrecarga do sistema, principalmente em horários de pico, para que não ocorra racionamento quando você mais precisa. Pense, para seu carro flex, o etanol e a gasolina chegam ao posto por caminhões. Já no eletroposto, para veículos elétricos, o combustível chega por fios. “Estamos pensando no futuro com os carros elétricos com eletropostos ao invés de postos de combustíveis. Neste cenário, exigirá bastante das distribuidoras, principalmente com a adesão deste novo padrão de consumo de eletropostos”, antecipa o engenheiro eletricista da área de Mercado e Comercialização de Energia e gerente do projeto na Copel, Frank Toshioka.
Ele explica que atualmente só se tem a Elotrovia da Copel, em parceria com Itaipu, e que no futuro a demanda será alta, sendo necessário se estar preparado para ela.
“Pretende-se fazer uma gestão inteligente destes eletropostos por exemplo, para evitar estes novos picos de demanda de energia. Precisaremos de muito mais energia elétrica neste novo cenário. Assim, tendência é acabar com combustíveis fósseis e ficamos apenas com energia limpa”, anteve o engenheiro que é representante do Senge-PR na Câmara de Engenharia Elétrica do CREA-PR.
O PROJETO
De acordo com a Copel, a proposta é criar um módulo de integração e comunicação entre os ambientes de gestão das distribuidoras de energia e das operadoras de recargas de veículos elétricos. O objetivo é que este módulo permita acionar operações de gerenciamento pelo lado da demanda (GLD) – conceito que significa controlar as cargas de energia do lado do consumidor para operar o sistema de maneira mais eficiente.
“A ideia é criar uma solução que viabilize a troca de informações de maneira segura e eficiente. A conversa entre os dois sistemas vai permitir incrementar tanto a gestão das distribuidoras quanto a gestão nas recargas de veículos”, destaca o diretor-geral da Copel Distribuição, Maximiliano Orfali.
O projeto começou a ser desenvolvido em dezembro de 2019 e tem duração prevista de 24 meses. O financiamento é feito por recursos do programa de P&D regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O módulo de integração segue uma tendência do mercado, que tem desenvolvido cada vez mais tecnologias para empresas de gestão de recargas de veículos e em unidades consumidoras, inclusive com uso de algoritmos de inteligência artificial e de big data. Ainda segundo Frank Toshioka: “É um mercado muito promissor diante das discussões sobre a regulação da geração distribuída no Brasil e dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, com a redução no consumo de energia”.
Fonte: Comunicação Senge-PR com informações da COPEL
Foto: Luciana Santos/Senge-PR