O recente vídeo divulgado pelo presidente, Jair Bolsonaro, conclamando o povo a participar das manifestações do dia 15 de março contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu o repúdio e a reação de todas as frentes políticas em defesa da democracia. Bolsonaro ocupa um cargo público que deveria zelar pela estabilidade democrática das instituições e da Constituição. Ao incitar a manifestação e disseminar tais narrativas, o presidente aprofunda uma crise institucional no Brasil, ferindo a liberdade, o livre exercício dos poderes constituídos, os direitos dos cidadãos e das cidadãs e a Carta Magna. Esta não é a primeira vez que ataques à democracia dessa magnitude são proferidos pelo presidente e não podemos permitir que as sombras e violências de uma ditadura civil-militar pairem sobre a sociedade brasileira. O golpe de 1964 trouxe duros 21 anos de ditadura no país com censura, torturas, toques de recolher, sequestros, desaparecimentos, execuções, perseguições, violações de direitos humanos, cerceamento à liberdade de imprensa e à livre organização política.
Evocar os tempos de ditadura civil-militar sob a narrativa de golpe aos poderes significa repetir uma História marcada por autoritarismo. Esse ambiente político de militarização e de pós-golpe ao mandato da presidenta Dilma Rousseff, de disseminação de narrativas de ódio e notícias falsas e por tentativas de desmoralização da democracia constrói um cenário gravíssimo de insegurança e de crise institucional.
Nós, da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros, manifestamos repúdio a tais atitudes e conclamamos sindicatos, movimentos sociais e todo o povo brasileiro a formar uma Frente Popular em Defesa da Democracia e da Soberania Nacional. Também reivindicamos uma resposta imediata dos Poderes Legislativo e Judiciário à conduta do presidente da República.
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (FISENGE)
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado