Senge-PR: Entidades criticam falta de transparência da Prefeitura de Curitiba no Plano Cicloviário

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Greca e IPPUC ignoraram sugestões de setores ligados à mobilidade urbana

 

A Prefeitura de Curitiba lançou no começo do mês o Plano de Estrutura Cicloviária que pretende ampliar a malha de vias bicicletarias de Curitiba de 208 quilômetros para 408 quilômetros até 2025. O projeto tem sido duramente criticado por entidades que são ligadas ao planejamento urbano e à mobilidade. Eles criticam a falta de transparência e diálogo do prefeito Rafael Greca e do IPPUC na formulação do projeto e das metas. Para essas entidades, o município tem conduzido a mobilidade com intenções eleitoreiras e em desrespeito as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, Lei 12.587 de 2012. “É clara a intenção eleitoreira do prefeito nas ações de recapeamento”, repudiam.

No lançamento do Plano, o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur disse que a instituição valoriza a ciclomobilidade e que é um marco de um processo de construção compartilhada. “É um movimento para que a sociedade se insira neste processo. O Plano de Estrutura Cicloviária mostra a importância deste modal para a nossa cidade”, frisou.

Este argumento é questionado pelas entidades. Elas revelam que na última reunião da câmara de mobilidade do Concitiba, no dia 16 de outubro de 2019, não foi mencionado que o plano cicloviário estava em condições de ser apresentado ao Conselho, quem diria lançado ao público, nem que se este plano contemplaria ou não as sugestões da Ciclo Iguaçu e do Concitiba.

“Este Plano não aborda a questão das mortes de ciclistas no trânsito e não representa as contribuições feitas pela Ciclo Iguaçu para a expansão da malha. Além disso, o município não tem um plano de ação e investimentos sobre a expansão da rede cicloviária, mostrando que não se compromete de verdade com as promessas realizadas”, denunciam na nota de repúdio que pode ser lida aqui.

Dos atuais 208 km de malha cicloviária, 100,8 km são de passeio compartilhado. Ou seja, 48,3% do espaço é dividido entre ciclistas e pedestres. Apenas 31,1 km são de ciclovias, o que representa 14,9%, e as ciclofaixas representam 9% (18,7%). Para as entidades que assinam a nota, os ciclistas seguem sendo expostos. Ao mesmo tempo que o lançamento ocorreu no IPPUC, mais um atropelamento de ciclista acontecia em Curitiba, na Av. Afonso Camargo.

“A política da gestão Greca para a mobilidade em Curitiba tem sido extremamente irresponsável perante às proposições internacionais e nacionais em vista da segurança viária e mobilidade urbana sustentável. Em vez de direcionar os esforços para a estruturação de caminhos acessíveis, passeios espaçosos e uma rede cicloviária com custo, projeto e prazo de implantação definidos, a Prefeitura e o IPPUC se esforçam para expandir o recapeamento”, criticam. 

Cerca de R$ 7,4 milhões de orçamento público já foram empreendidos apenas nas propagandas sobre o asfaltamento da cidade desde o início desta gestão. Com esse dinheiro daria para implantar cerca de 25 quilômetros de ciclovias novas na cidade.

Com o lançamento do Plano Cicloviário, as entidades cobram mais transparência e respeito aos espaços de debate para que a melhoria da mobilidade urbana saia do papel e atenda as reivindicações da população. Assinam a nota de repúdio:

SINDICATO DOS ENGENHEIROS DO PARANÁ – SENGE-PR

ASSOCIAÇÃO DOS CICLISTAS DO ALTO IGUAÇU – CICLOIGUAÇU

ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – APUFPR

SINDICATO DOS ARQUITETOS E URBANISTAS DO PARANÁ – SINDARQ-PR

INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL, DEPARTAMENTO DO PARANÁ – IAB/PR

 
 
Fonte: Senge-PR