Seminário em Defesa da Soberania Nacional e Popular (Brasília, 4/9)
O maior auditório da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), ficou lotado nesta quarta-feira (4) para o lançamento da Frente Popular e Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional, reunindo lideranças políticas, sindicais, deputados, senadores, diferentes partidos, movimentos sociais, igrejas, ONGs e outras instituições. O lançamento ocorreu durante Seminário em Defesa da Soberania Nacional e Popular, organizado pelas Frentes Brasil Popular (FBP) e Povo sem Medo, com programação durante todo o dia e cerca de 300 participantes, entre eles a ex-presidenta Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Guilherme Boulos, o ex-senador Roberto Requião, o dirigente do MST João Pedro Stédile. O calendário de mobilizações (veja abaixo) definido no evento prevê três grandes atos nacionais ainda em setembro: no dia 7, no Grito dos Excluídos; no dia 19 – jornada do centenário de Paulo Freire; e no dia 20 – Dia Nacional de Manifestações e Paralisações contra a Destruição do Brasil.
Dentro do Congresso, a pauta da soberania será articulada por meio da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, do Emprego e Contra as Privatizações, coordenada pelo deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) e presidida pela senadora Zenaide Maia (Pros-RN). Durante o ato e seminário, foi apresentado o manifesto coletivo “POR UM BRASIL SOBERANO! Em defesa do emprego e de nosso futuro”, que destaca a preservação do patrimônio nacional: Amazônia, os bancos públicos e estatais como Petrobras, Eletrobras e Casa da Moeda, entre outros alvos ameaçados de desnacionalização ou destruição pelo governo Jair Bolsonaro, em sua subordinação crescente aos interesses dos EUA.
“A nação brasileira está de joelhos perante o capital estrangeiro”, denuncia o manifesto. “Em nenhum momento da história foi tão necessária a unidade das forças democráticas e progressistas para fazer frente à tentativa de destruir um país que, nas últimas décadas, registrou vários avanços, a exemplo da inclusão social, preservação do meio ambiente, respeito à democracia, convivência pacífica com outras nações e a defesa da soberania nacional e do princípio da autodeterminação dos povos.”
A Frente Popular e Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional vai contar com um comitê nacional de organização e comitês estaduais, formados por representantes de todos os setores contrários às políticas de desmonte e submissão do país. É talvez, até o momento, a maior iniciativa – pelo alcance das forças políticas envolvidas – de reação ao governo Bolsonaro.
Os presidentes partidários Gleisi Hoffmann (PT) e Carlos Lupi (PDT); o porta-voz nacional da Rede, Pedro Ivo; o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB); e o líder do MTST Guilherme Boulos (Psol) celebraram a iniciativa e sublinharam que a aproximação seria mais um avanço na aglutinação das forças do campo.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Olímpio Alves dos Santos, presente ao ato, defendeu a pauta da soberania popular, que inclui os direitos ao exercício autônomo e cidadão dos povos, como a mais aglutinadora e relevante na atualidade. “Foi com essa preocupação que lançamos, ainda em janeiro de 2017, impactados com o golpe na presidenta Dilma Rousseff, o Movimento SOS Brasil Soberano, na época, junto com a Federação dos Sindicatos de Engenheiros (Fisenge). O Senge-RJ continua com a programação de debates e eventos do SOS Brasil Soberano, que esperamos possa contribuir e somar aos trabalhos da Frente, na qual atuaremos intensamente.”
“O que pode mudar o curso da história que estamos vivendo é o povo na rua, e a proposta aqui é que possamos fazer atos nas ruas com o povo em cada uma das 27 unidades da Federação a partir de agora”, afirmou no evento o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
O lançamento atraiu também atores políticos como o senador Renan Calheiros (MDB-AL), a ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), petroleiros, professores, além de um leque de entidades que compõem as frentes organizadoras ou atuam como parcerias. Entre elas, estão CUT, FUP, MST, MTST, Cimi, Apib, Fenaj, MAB e MAM.
AGENDA DE ATOS E MANIFESTAÇÕES
Encaminhamentos:
- Organização
- Constituição de uma campanha em defesa da Soberania Nacional envolvendo todos os setores da sociedade que se contrapões a política de submissão e de desmonte da nação implementada pelo atual governo.
- Conformação de um comitê nacional, composto por uma pessoa indicada por cada partido e duas pessoas por cada uma das Frentes.
- Conformação de comitês estaduais nessa mesma configuração.
- Iniciativas unitárias:
- Em defesa dos Correios: Realização de ato nacional em Brasília no dia 26 de setembro.
- Em defesa da Petrobrás: Realização de um ato nacional em defesa da Petrobrás no Rio de Janeiro e em Curitiba no dia 3 de Outubro.
- Em defesa da Amazônia: Realização de um ato nacional no dia 5 de Outubro em defesa da Amazônia em Marabá-PA.
- Em defesa dos Bancos públicos: Realização de um ato nacional em São Paulo no dia 15 de Outubro.
- Em defesa da reestatização da Vale: Realização de um ato nacional no dia 25 de Outubro em Brumadinho.
- Em defesa de Alcântara: Realização de uma Caravana à base de Alcântara no dia 20 de Novembro.
- Em defesa da Eletrobrás: Realização de ato nacional em Recife-PE no dia 18 de Outubro.
Calendário Geral:
7 de Setembro – Grito dos Excluídos e Luta em defesa da Educação
19 de Setembro – Jornada rumo ao centenário de Paulo Freire
20 de Setembro – Dia Nacional de manifestações e paralisações contra a destruição do Brasil
24 de Setembro – Indicativo Votação da Reforma da Previdência no Senado
26 de Setembro – Ato Nacional em Brasília em defesa dos Correios
3 de Outubro – Ato Nacional no RJ e Curitiba – Defesa da Petrobras e da Soberania
5 de Outubro – Ato Nacional em São Paulo em defesa dos Bancos Públicos
16 de Outubro – Dia Mundial da Alimentação
17 de Outubro – Seminário no Nereu Ramos contra a violência no ambiente escolar (CNTE)
18 de Outubro – Ato Nacional em Recife-PE em defesa da Eletrobrás
25 de Outubro – Ato Nacional em Brumadinho – MG em defesa da reestatização da Vale
20 de Novembro – Caravana em defesa da base de Alcântara
Fonte: Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), com informações de Brasil de Fato e portal a CUT