Na quarta-feira (27/06), a Eletrobras voltou a negociar com intermediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a pedido do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), após 6 reuniões fracassadas sobre o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A estatal concordou em prorrogar o ACT até final de julho, enquanto discutem os novos termos do acordo e foi suspensa, temporariamente, a greve prevista para começar na próxima segunda-feira, dia 1º de julho. De acordo com o representante da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros) na negociação, Gunter Angelkorte, a empresa insiste em facilitar as demissões. “Queremos garantir na cláusula 6ª sobre inovação tecnológica que a empresa promova treinamento aos empregados em casa de perda de função. No sul do País, por exemplo, várias subestações são operadas remotamente e isto diminui a necessidade de operadores, constituindo, em caso de emergência, um atendimento mais demorado, se houver necessidade de intervenção humana, além da perda de inúmeras funções e postos de trabalho”, afirmou o dirigente que ainda acrescenta: “A empresa ainda insiste em retirar cláusulas que dificultam demissões em massa e oferece apenas 1,5% de reajuste, bem abaixo da inflação. Estamos lutando pela valorização dos trabalhadores que constroem todos dias uma empresa fundamental para o país e a soberania nacional”.
A Eletrobras está na lista de privatizações do governo e tem planos de redução de custos, entre eles, de gastos com pessoal. A intenção é reduzir o quadro em 1.750 pessoas, segundo documento interno ao qual o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) teve acesso, depois de apenas 437 terem aderido ao último Plano de Demissão Consensual (PDC). De acordo com nota do CNE, o objetivo é não recuar nas conquistas históricas da categoria, diante do cenário adverso trazido pelo desmonte da legislação trabalhista e a conjuntura política brasileira, assim como o cenário de ameaça de privatização. “O CNE entende a importância do processo de mediação e conta com o respaldo da categoria eletricitária para continuar a construção de um ACT DIGNO E JUSTO, sem retirada de direitos”.
Confira o cronograma de mobilização do CNE:
Assembleias nas bases: a partir de 28/6 até as 12h do dia 01/07.
LUTA CONTRA A PRIVATIZAÇÃO
02/7 A 04/7: Mobilização do CNE em Brasília – agenda parlamentar
03/7 – 10h: Salão Nobre da Câmara dos Deputados – LANÇAMENTO DAS FRENTES PARLAMENTARES EM DEFESA DA ELETROBRAS, DA ELETROSUL, DA ELETRONORTE E CHESF.
09/7: Salão Nobre da Câmara dos Deputados – Lançamento da Frente Parlamentar em Defesa de Furnas