O Brasil tem vivenciado um momento de grandes incertezas com relação a gestão de seus recursos naturais. Desde a privatização dos campos do pré-sal, dos leilões de petróleo, até a possibilidade cada vez maior de exploração desordenada de nossas riquezas naturais como florestas e minérios. O governo de Jair Bolsonaro (PSL) não esconde a pretensão de flexibilizar a fiscalização do uso dessas riquezas.
Essas incertezas se ampliam quando o ministro da Economia Paulo Guedes afirma que quer vender tudo. “O presidente ganhou a eleição dizendo “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” e o Paulo Guedes dizendo que vai privatizar. Foi essa agenda que ganhou a eleição”, disse Guedes em 10 de março.
Por outro lado, o quadro segue indenido quando o presidente não deixa claro que política ele vai adotar para a Petrobras e outras areas: se adota o mercado livre ou o intervencionismo econômico. A postura ambigua fez a Bolsa de Valores cair para 90 mil pontos e o dólar disparar na última sexta-feira (17). Cenário que prossegue nessa semana.
“O pessoal reclama do preço da gasolina, R$ 5. E me culpam, atiram para cima de mim o tempo todo. Olha, o preço do combustível é feito lá pela Petrobras, que tem a sua política de preços. Leva-se em conta o preço do barril de petróleo lá fora, bem como a variação do dólar”, comenta o presidente.
É diante desse cenário que a Sociedade Brasileiro de Geologia, o Grupo PET-Geologia e o Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (SengePR) promovem debate a respeito do “Uso dos Recursos naturais do Brasil: história, soberania e desenvolvimento”.
O encontro reúne três renomados especialistas para debater quais são os rumos do país nessa área. São eles a economista Ceci Juruá, que tem artigos e documentos técnicos publicados em revistas técnicas e jornais e realiza periodicamente palestras e conferências sobre a conjuntura econômica, e política brasileira e outros temas de sua especialidade, o engenheiro Saturnino Braga, que foi senador pelo Rio de Janeiro em 1975-1985 e 1999-2007, e Guilherme Estrella, que ficou conhecido nacionalmente como o “pai do pré-sal”.
O evento está marcado para o dia 21 de maio, às 19 horas, no Teatro da Reitoria. A entrada é franca.