CNI/Ibope: 51% dos brasileiros que conhecem detalhes da reforma são contrários

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 Maioria da população não conhece os detalhes da reforma da Previdência. Somente 6% dizem ter amplo conhecimento e 30% conhecem os principais pontos. No pequeno universo dos que conhecem, 51% discordam

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Apenas 36% dos brasileiros conhecem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019, da reforma da Previdência, que institui a obrigatoriedade da idade mínima (65 anos para homens e 62 mulheres), aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos e reduz o valor das aposentadorias, entre outras alterações de regras de concessão do benefício. Só 6% dizem ter amplo conhecimento do texto e 30% conhecem os principais pontos.
No pequeno universo dos que conhecem (36%) o conteúdo da reforma do governo de Jair Bolsonaro (PSL), 51% são contra e 39% são a favor da proposta do governo.

Os dados são da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Reforma da Previdência, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quarta-feira (8).

A reforma da Previdência, que a maioria não sabe o que prevê, é considerada necessária por seis em cada dez brasileiros, ou 59% dos brasileiros. No entanto, 80% disseram que a aposentadoria pode ser concedida até os 60 anos, comprovando que não sabem que a PEC prevê uma idade mínima maior e, se a reforma for aprovada, essa idade vai aumentar cada vez mais, sempre que o IBGE indicar aumento na expectativa de vida a partir dos 65 anos.

Mais contraditória ainda é a opinião de 72% dos entrevistados que disseram apoiar o estabelecimento de uma idade mínima de acesso à aposentadoria.

Apoio irrestrito ao BPC que governo quer restringir para poucos

A maioria dos entrevistados pelo IBOPE (77%) também afirmou que é dever da sociedade garantir um salário mínimo a todos os idosos de baixa renda, inclusive àqueles que nunca contribuíram para a Previdência.

A PEC da reforma da Previdência prevê que o valor do Benefício de Prestação Continuada (BCP) – um salário mínimo (R$ 998,00) pago a idosos em condição de miserabilidade a partir dos 65 anos – seja reduzido para R$ 400,00, que seria pago a partir dos 60 anos. O salário mínimo integral só seria pago se quando esses idosos completassem 70 anos.

Metodologia

A pesquisa foi feita entre os dias 12 e 15 de abril e entrevistou 2.000 eleitores com 16 anos ou mais, em 126 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para cima e para baixo, com 95% de confiança.

Fonte: CUT