As negociações do ACT 18/19 entre a Copel e os sindicatos chegaram ao ponto central das expectativas dos trabalhadores: as questões salariais e remuneratórias.
As negociações do ACT 18/19 entre a Copel e os sindicatos chegaram, nesta quarta, 03/10, ao ponto central das expectativas dos trabalhadores: as questões salariais e remuneratórias.
Após um dia de intenso debate, a Copel apresentou novidades em sua proposta:
– Reajuste salarial apenas pelo INPC (a empresa estima que o INPC acumulado de outubro/17 até setembro/18 fique em 3,64%. A estimativa do DIEESE para os sindicatos é que fique em 3,94%);
– Abono de 0,25 de uma remuneração básica, mais o valor linear fixo que foi pago no ano passado, de R$ 4.522,94 (a proposta anterior estava no valor fixo de R$ 2.261,27);
– Auxílio Alimentação: correção pelo INPC (a proposta anterior era correção pelo INPC-alimentação, com percentual menor);
– Vale Lanche: correção pelo INPC (a proposta anterior era correção pelo INPC-alimentação, com percentual menor);
– 13º Auxílio Alimentação: a empresa aceitou incorporar o valor da 13ª parcela em 12 vezes, e a forma dessa incorporação será discutida nesta quinta, 04/10. Essa incorporação é uma forma de preservar os valores conquistados, diante da advertência do Ministério do Trabalho para a impossibilidade de mantê-la pela legislação do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT;
– Auxílio Educação: o valor será reajustado pelo INPC e a empresa pretende, no período do ACT 18/19, alterar as normas do benefício;
– Auxílio Creche: a empresa mantém sua posição inicial de não reajustar o benefício, em função de ações trabalhistas pleiteando sua ampliação aos pais. Alega que a legislação inicial visou facilitar o trabalho da mulher que é mãe.
Essa proposta da empresa foi apresentada ao final da reunião de quarta-feira (3), e está em discussão neste momento.
Novas informações serão divulgadas pelo Senge-PR, mas também podem ser encontradas no blog do Coletivo Sindical de Empregados da Copel.
Sindicatos defenderam expectativas dos copelianos
O debate da quarta-feira (3) mostrou as diferenças de visão entre os sindicatos e a Copel no “X” do problema em torno dos recentes acordos coletivos: a reivindicação de ajuste salarial.
Enquanto a Copel fala apenas em reajuste salarial pelo INPC acumulado desde outubro/2017 (estimado por ela em 3,64% e pelo DIEESE em 3,94%), os sindicatos reivindicaram reajuste de 6%, mais o reajuste de 2 steps da tabela salarial para todos os empregados e um abono superior ao do ano passado.
O debate foi grande. Os sindicatos iniciaram expressando para a Copel a expectativa, entre os copelianos e copelianas, por um reajuste acima do INPC. Lembraram que a exigência de produtividade aumenta, enquanto o quadro efetivo diminui, sem um ajuste salarial recompensador.
Os sindicatos relembraram que desde 2011 estão trazendo para a mesa de negociações a necessidade de um crescimento salarial para o benefício do conjunto dos empregados, em favor do esforço coletivo. Ressaltaram que os reajustes meritocráticos praticados pela Copel individualizam a compensação, que não é apenas mérito de um ou outro. Isso desmerece o esforço e o compromisso do conjunto dos copelianos e termina premiando seletivamente.
Os sindicatos igualmente lembraram que fazem quatro anos que ouvem na mesa de negociações que o Comitê de Controle das Empresas Estatais (CCEE) não tem autorizado reajustes acima da inflação e que é hora de superar isso, com a empresa sendo mais ousada e recompensando seus empregados.
A empresa diz que reconhece essa produtividade, mas que negocia dentro de limites, tanto do CCEE quanto do modelo adotado no setor elétrico.
As discussões da proposta remuneratória continuam nesta quinta-feira. Outros pontos administrativos foram tratados e serão relatados quando sair a proposta da Copel para apreciação dos copelianos nas assembleias sindicais.
Os sindicatos que negociam com a Copel e integram o Coletivo Sindical de Empregados da Copel são o Senge-PR, Sindel, Sinel, Steem, e Stiecp.
Fonte: Senge-PR