Para dialogar com a população sobre a importância das empresas que garantem serviços essenciais, como energia, água, gás de cozinha e crédito, trabalhadores de diversas categorias fazem atos pelo País
Foto: SEEB-SP
Em defesa das empresas públicas e contra o pacote de privatizações de Michel Temer (MDB-SP), bancários, petroleiros, eletricitários, urbanitários, metroviários, funcionários dos Correios e trabalhadores de empresas públicas nacionais, estaduais e municipais foram às ruas em diversas capitais do País na manhã desta quinta-feira (5).
Organizado pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, integrado por entidades como CUT, CTB, Intersindical e UGT, além da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), o ato denunciou à sociedade as consequências da entrega do patrimônio público brasileiro para o desenvolvimento do Brasil.
Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, se as empresas públicas deixarem de existir, a população que depende das políticas promovidas pelo Estado brasileiro, em especial os mais pobres, será a mais penalizada.
“Estamos falando do acesso ao crédito, do direito à água, energia, combustível, saneamento. Tudo isso poderá se tornar absurdamente caro e inacessível se entregarmos o patrimônio público de bandeja para a iniciativa privada”, alertou Juvandia.
Segundo ela, apesar da liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibir o governo de privatizar empresas estatais sem autorização do Legislativo, o que realmente garantirá a defesa das estatais e dos bancos públicos é a luta e o esclarecimento da população sobre a importância de se fazer a defesa do patrimônio nacional.
“Todos precisam saber a necessidade dessas estatais para a sociedade e as consequências ruins caso sejam privatizadas.”
O diretor do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro-SP), Felipe Grubba, concorda com a presidenta da Contraf sobre a importância de esclarecer a população e ressalta que o aumento abusivo no preço do gás de cozinha e dos combustíveis é justamente resultado da política equivocada de Temer de priorizar o mercado internacional em detrimento da soberania nacional.
“Onde já se viu uma grande empresa abrir mão de seu patrimônio para a própria concorrente?”, questionou Gruba, acrescentando que “só a gestão de Temer acha que isso é melhor para a Petrobras e para o Brasil.”
“Para a gente, ter uma Petrobras que atenda o povo brasileiro, uma conta de energia barata, financiamento e crédito para a população, é só com as empresas estatais”, ressaltou o dirigente.
Em São Paulo, a concentração do ato no Dia Nacional de Luta em Defesa das Empresas Públicas e da Soberania Nacional começou por volta das 11h na Praça da Sé e os manifestantes saíram em caminhada pelas ruas do centro da capital paulista, encerrando as atividades em frente à Bolsa de Valores, local simbólico do processo de privatização, onde ocorrem alguns dos leilões do patrimônio público brasileiro.
Um dos organizadores do ato de São Paulo e coordenador da Comissão Executiva de Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa), Dionísio Reis, lamentou que as empresas públicas estejam sendo vendidas a preço de banana. “As empresas públicas atuam em áreas estratégicas e só por meio delas há investimento para o desenvolvimento do país.”
É o caso das distribuidoras de energia dos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Roraima, Rondônia e Piauí. Elas poderão ser vendidas por apenas R$ 50 mil cada uma, apesar de valerem R$ 10,2 bilhões. Além disso, os novos proprietários ganharão um presente do governo: a Eletrobras vai assumir uma dívida de mais de R$ 11 bilhões para que eles tenham mais lucros.
Atos em outras cidades
Em Alagoas, a Rua do Livramento foi tomada por faixas, bandeiras e depoimentos dos manifestantes, que denunciaram as verdadeiras intenções do governo e seus aliados em privatizar a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste, a Petrobras, a Eletrobras e os Correios, entre outras empresas estatais.
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Ato em Maceió, capital de Alagoas
Em João Pessoa, na Paraíba, manifestantes, em ato público em frente à agência Cabo Branco, da Caixa Econômica Federal, no centro da capital, protestaram contra os ataques à soberania nacional e ao desmonte das empresas públicas.
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Ato em frente a Caixa Econômica Federal, em João Pessoa, na Paraíba
No Piauí, a manifestação começou em frente à agência Conselheiro Saraiva, da Caixa Econômica, na Praça Rio Branco, e chamou a atenção do público que circulava pelo centro de Teresina.
Os bancários, que aderiram ao Dia Nacional de Luta em Defesa das Empresas Públicas e da Soberania Nacional, percorreram as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para dialogar com a população em Duque de Caxias e Campo dos Goytacazes, no Rio de Janeiro; em Cornélio Procópio e Londrina, no Paraná; em Juiz de Fora e Belo Horizonte, em Minas Gerais; e em cidades da região metropolitana e interior de São Paulo, como Guarulhos, Jundiaí, Catanduva e Ribeirão Pires.
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Em Belo Horizonte, bancários vão às ruas em defesa das empresas públicas
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Em Guarulhos, bancários dialogam com a população sobre a importância de um banco público
FONTE: CUT