O Ministério de Minas e Energia anunciou a decisão de propor a privatização da Eletrobrás ao governo de Michel Temer. O ministro Fernando Coelho Filho cita “exemplos” como a Vale do Rio Doce e a Embraer. Em 1997, a Vale foi vendida por R$3,3 bilhões, quando seu valor estimado era cerca de 28 vezes mais: R$92 bilhões. Durante a privatização, milhares de engenheiros e demais trabalhadores foram demitidos, provocando a perda de memória tecnológica e a extinção de inúmeros projetos. A privatização de empresas públicas estratégicas é um dos atos mais danosos para a sociedade brasileira, afetando a soberania nacional. A energia elétrica é um bem essencial para as nossas vidas. A tarifa não pode ser majorada de acordo com interesses de acionistas, que privilegiam setores mais abastados. Com a privatização da Eletrobrás, a conta de luz irá aumentar e o Brasil poderá reviver tempos de “apagão”, como nos anos 90.
A Eletrobrás é um símbolo de resistência nacional para a preservação de nossa soberania. O sistema elétrico brasileiro não pode ficar refém do mercado internacional como mero fornecedor de matéria-prima a outros países. Lutamos pela preservação dos interesses nacionais e repudiamos a privatização do Sistema Eletrobrás. Privatizar a Eletrobrás também significa a destruição da engenharia brasileira, que irá sofrer com demissões em massa e o fim de projetos tecnológicos e sociais. Energia não é mercadoria e não podemos permitir a entrega de um patrimônio que é do povo brasileiro. Por uma Eletrobrás pública.
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge)
Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2017.