Reabrir Fafen ajudaria na produção de oxigênio hospitalar
Uma das maiores dificuldades do atual estágio no combate à pandemia de Covid-19 é a falta de oxigênio nos hospitais. Curitiba, com a reestruturação da UPAs, é uma das cidades que sofrem com a ausência do Kit intubação. Realidade que se estende por todo o país e levou a Frente Nacional de Prefeitos a fazer um apelo ao Governo Federal. Como resposta, a ANVISA a utilização de cilindros de gases industriais para engarrafar oxigênio. 2/3 de todo oxigênio produzido no Brasil é utilizado na metalurgia. E a reabertura da Fafen poderia dar uma importante contribuição para salvar vidas.
A FNP enviou a solicitação para enfrentar a falta de oxigênio em todo o país. Em resposta, a Anvisa publicou a a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 482/2021. Uma das medidas é a permissão para utilização de cilindros de gases industriais para o enchimento de gás medicinal. Ou seja, poderá ser utilizado cilindro cinza, ao invés do verde, para envasar oxigênio medicinal.
No Paraná, a realidade também não é diferente. Segundo a Secretaria da Saúde, na quinta-feira (18), foram enviados às regionais um novo lote de medicamentos que integram o chamado kit de intubação – conjunto de remédios voltados a auxiliar na intubação de pacientes com nível crítico de evolução da Covid-19. “Eles são destinados a 51 hospitais de todo o Paraná. São 76.310 unidades, dentre bloqueadores neuromusculares, sedativos e anestésicos, que foram encaminhados ao Paraná pelo Ministério da Saúde”.
Políticos e Judiciário pressionam para que a Fafen-PR reabra e produza oxigênio hospitalar
A reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), localizada em Araucária, região metropolitana de Curitiba, seria um importante aliado neste momento. Tanto que o Ministério Público Federal (MPF) e do Trabalho (MPT) enviaram ofício aos governos federal, estadual e à Petrobrás no qual exigem providências para a retomada da produção.
A Fafen tem capacidade de produção anual já foi de 700 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia, além de produzir o Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32) e gerar cerca de mil empregos diretos. Tecnicamente, a unidade possui uma planta de separação de ar, que, com uma pequena modificação, pode ser convertida para produzir oxigênio hospitalar. Esse é um dos processos que ocorre para a produção da amônia, matéria prima utilizada na fabricação da ureia, que era o principal insumo gerado na fábrica.
“Temos que lembrar que estamos numa situação similar a uma guerra e nesses momentos a indústria precisa se voltar para o enfrentamento do problema”, incentiva Alexandro Guilherme Jorge, presidente do Sindicato.
Fonte: Senge PR
Foto: Divulgação/Agência Saúde DF / Senge PR