A Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) repudia a aprovação da terceirização, na noite desta quarta-feira (22/3). Atualmente, são milhões de trabalhadores terceirizados em condições precárias, com salários rebaixados, jornadas extenuantes, alta rotatividade e contratos inseguros. As empresas acumulam passivo trabalhista, violando uma série de direitos. Por meio de nossa assessoria parlamentar, mobilizamos os deputados pelo voto contrário à matéria, mas, em um atentado aos direitos dos trabalhadores, a maioria dos deputados aprovou o projeto, que segue para sanção presidencial. Os trabalhadores terceirizados no Brasil trabalham cerca de 3 horas a mais, recebem uma média de 30% a menos nos salários e ainda sofrem com altos índices de acidentes de trabalho. Com a aprovação da terceirização, também foi incluída a possibilidade de “quarteirização”, a ampliação dos contratos temporários para nove meses e a responsabilidade subsidiária não solidária da empresa. Destacamos que a terceirização afronta a organização sindical dos trabalhadores, uma vez que as atividades podem ser realizadas por diversas empresas, instaurando no local de trabalho diferentes empregadores. Esta lógica fere a unidade dos trabalhadores na organização sindical. A terceirização é uma prática antissindical grave que atinge a liberdade e a autonomia de organização da classe trabalhadora. A Fisenge participa da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Classe Trabalhadora no Congresso Nacional e seguirá mobilizada contra a agenda de retirada de direitos. Também exigimos o veto à terceirização pelo presidente ilegítimo Michel Temer. Nenhum direito a menos.
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros
Rio de Janeiro, 23 de março de 2017.