O Governo Federal anunciou a redução de 50% na exigência de conteúdo local para a contratação de equipamentos e serviços pela indústria do petróleo. Isso significa que nas próximas rodadas de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), as empresas que adquirirem concessões de áreas para exploração de petróleo no Brasil terão mais espaço para adquirir bens e serviços no exterior. Como efeito, o Brasil perde em geração de renda, emprego e no desenvolvimento de tecnologia.
Economistas e organizações de representação dos trabalhadores petroleiros avaliam a medida como um erro estratégico. “No rastro do desmonte da Petrobrás e da entrega do pré-sal, a indústria nacional é a mais impactada, gerando um efeito cascata sobre os trabalhadores e o povo brasileiro, que sofrem com o desemprego e a recessão imposta pelos golpistas”, afirmou a Federação Única dos Petroleiros (FUP), em nota.
O presidente do Sindicato dos Petroleiros, Mário Dal Zot, é categórico: “Em meio a uma longa e grave crise econômica, com índices de desemprego chegando a 12% ao ano, anunciar uma medida que reduzirá a geração de empregos no país é como tentar apagar incêndio com gasolina”.
Na contramão
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil sofreu queda de 3,6% em 2016, acima das expectativas do mercado. O índice, divulgado pelo IBGE no dia 7, veio na sequência do recuo de 3,77% registrado em 2015. É a pior recessão já registrada no país. Para o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), Cloviomar Cararine, a redução da política de conteúdo local vai na contramão do desenvolvimento da nação: “Estamos perdendo a oportunidade gerada com a descoberta do pré-sal, não gerando empregos e renda no país, não diversificando nossa economia e diminuindo a capacidade produtiva e inovativa de toda uma geração de brasileiros”.
Fonte: Davi Macedo / Brasil de Fato