O 2º vice-presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Rondônia (Facer), Genivaldo Campos palestrou sobre as oportunidades e desafios da energia solar, onde apresentou um painel da distribuição de parques energéticos instalados no Brasil.
Para ele há uma redução de custos operacionais além da geração de empregos (30 por MW instalado).
No Estado de Minas Gerais há 333 sistemas instalados, enquanto em Rondônia somente um. “Portanto, há um grande potencial a ser explorado”, afirmou Genivaldo.
Aproximadamente 15 estados aderiram a redução do ICMS para atrair investimentos. O grande desafio, segundo Campos, está ainda na linha de crédito e a desoneração de PIS, Confins, ICMS e abertura de linhas de crédito específica.
As usinas estão sendo implantadas por grandes corporações que montam estruturas e comercializam a energia. Empresas também estão implantando para consumo próprio, assim como em residências, sendo uma energia sustentável e limpa.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de Rondônia (Senge-RO), Edison Rigoli Gonçalves, falou das possibilidades de instalação de novas fontes energéticas, além da solar, como a biomassa, citando como exemplo os resíduos de madeireiras que poderiam ser explorados para este fim e são desperdiçados.
Para que isso ocorra é necessário linhas de financiamento específicas, com carências e juros diferenciados.
O diretor de Ciência e Tecnologia do Sindicato dos Engenheiros do Estado de Rondônia (Senge-RO), Jorge Luiz da Silva, salientou a importância da vinda do gasoduto de Urucum para Porto Velho com a finalidade de aproveitamento na termoelétrica, substituindo o diesel.
Apresentou um histórico do setor energético brasileiro, desde sua criação, incluindo o sistema tarifário, que é único e que sempre prevê imprevisto e neste caso “a conta sempre será paga pelo consumidor”.
Os contratos com as usinas preveem até riscos hidrológicos “que não correspondem somente a falta de água, mas também pelo excesso de água que pode travar o funcionamento das turbinas pelo assoreamento”.
Apresentou que a matriz energética brasileira é a mais cara do mundo, encarecendo o custo do MW gerado.
Alertou para o risco de assoreamento do rio Madeira pela quantidade de sedimentos que são depositados em seu leito.
O representante da Eletrobras Rondônia, Edson Ramos, palestrou sobre a tarifação energética e a composição para chegar ao custo final do consumidor. Sobre às bandeiras tarifárias explicou que elas foram criadas para sinalizar o consumidor sobre os custos reais da geração de energia elétrica.
As cores, afirmou Ramos, indicam se ela custará mais ou menos. Assim, a vermelha é mais cara (patamar 1 – R$ 3,00 para cada 100 kWh e patamar 2 R$ 4,50), a amarela, valor reduzido no adicional (R$ 1,50 para cada 100 KWh) e verde quando os reservatórios estão cheios e não há cobrança adicional.
Edson afirmou que a composição tarifária em Rondônia faz com que a Ceron esteja classificada na 27ª posição entre 63 distribuidoras de energia em todo o Brasil (o ranking é da mais cara para a mais barata).
Neilton Abten, também da Eletrobras Rondônia, mostrou a cadeia produtiva de energia, com a geração, a transmissão para a transmissão e distribuição e comercialização. A predominância em Rondônia é de 93,5% de energia hidráulica e as demais (6,5%) advindas de combustível fóssil.
Durante o debate a representante do parlamento do Amapá, Roseli Matos (DEM), relatou a péssima qualidade dos serviços prestados pela distribuidora em seu estado e afirmou que fará uma Nota de Repúdio à distribuidora.
O deputado Léo Moraes (PTB-RO) pediu para que o parlamento aprove Nota de Repúdio à empresa Jirau e Santo Antônio Energia por se ausentarem do debate, bem como à companhia de distribuição do Amapá.
O engenheiro Jorge Luiz da Silva declarou que o Amapá não faz parte do sistema interligado e que os números apresentados pela Eletrobras de que somos o 27º, não é verdade, pois isso é uma média. “Se pegarmos somente o Norte estamos em 3º como a mais cara”.
O deputado Ribamar Araújo (PR-RO), agradeceu os debates muito produtivos, oriundos das mais variadas correntes e que contribuíram para a formação do pensamento único do bloco do Parlamento Amazônico.
Sugeriu ao presidente Sinésio Campos, que o número de palestrantes seja reduzido para que os parlamentares possam falar mais e debater e encontrar soluções aos problemas amazônicos.
Ribamar teceu duras críticas ao que chamou de crime com o que fizeram com a BR 319, que já havia sido totalmente asfaltada. “Chegaram a dinamitar trechos da estrada para que as balsas voltassem a faturar”.
A integração, o barateamento de produtos e a soberania nacional precisam ser respeitados. Com isso, restam poucas alternativas de transporte. A via terrestre, disse, “complementa os outros modais de transporte e não prejudica os demais”.
“E eu vou achar que estes bandidos que acabaram com a Petrobras lá estão preocupados com a BR 319?”, questionou o parlamentar rondoniense. Nunca tiveram o interesse do Brasil nem com a soberania da região, afirmou.
Ribamar falou que o Amazonas só conseguiu preservar sua floresta devido a Zona Franca de Manaus, mas que é uma conta paga por todos os brasileiros. Rondônia e o Pará desmataram para produzir e que Rondônia hoje possui sua parcela de contribuição significativa no PIB da região e do país.
O evento foi concluído com a leitura da ata, que foi aprovada por unanimidade.
Fonte: Senge-RO