Presidente do Senge-BA, Ubiratan Félix representou a Fisenge
15 anos depois, o que mudou? Esta foi uma das principais reflexões provocadas no Fórum Social Mundial (FSM), realizado entre os dias 19 e 23/1, em Porto Alegre (RS). O professor português Boaventura de Sousa Santos fez um resgate histórico dos fóruns. “Em 2001, a palavra de ordem era o socialismo e hoje é a defesa da democracia. Precisamos aumentar a integração entre os movimentos sindical, social, popular, mulheres, ambiental, indígena e sem terra para ocupar as ruas e derrotar a direita”, apontou Boaventura. No dia 23/1, foi realizada a leitura da carta do Fórum, cujo principal eixo foi a unidade dos setores populares.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge-BA), Ubiratan Félix representou a Fisenge e ressaltou a atual conjuntura no país. “A retirada de direitos tem sido a principal saída da crise do capital e, no Brasil, esse panorama se amplia com o ajuste fiscal e os ataques à Petrobras e à economia brasileira. Somos a favor do combate à corrupção e da prisão dos corruptos, mas não podemos confundir combate à corrupção com destruição da Petrobras, das empresas de engenharia nacional e paralisia da economia”, destacou Ubiratan.
A carta do Fórum ainda enfatizou as consequências do aumento da desigualdade social com as guerras regionais, os conflitos religiosos, os desastres climáticos, o êxodo e a expulsão de milhares de seres humanos por guerras e pobreza. Ainda foi pontuado o cuidado com a concentração da luta na esfera jurídica, “pois o poder judiciário é conservador e defende a ordem estabelecida e, na maioria das vezes, tem posição antinacional e antipovo”. Um elemento fundamental de ordem global foi o questionamento das dívidas públicas dos países, uma vez que, a Grécia e Portugal, por exemplo, pioraram as condições de vida do povo e a dívida aumentou. “Sem dúvida alguma, o ponto estratégico de consenso foi a unidade do campo progressista em defesa da democracia. Ampliar a mobilização popular é urgente diante de uma conjuntura de arrefecimento do capital e de ataques aos trabalhadores”, concluiu Ubiratan.