Nos dias 31 de outubro à 2 de novembro, Ocorreu em São Paulo o III Seminário Nacional dos Sindicalistas do Projeto Popular, reunindo cerca de 100 sindicalistas e militantes de 11 estados do país, inseridos em diversas esferas da luta sindical desde a base dos sindicatos até oposições e direções sindicais. O tema deste encontro foi: O desenvolvimento do capitalismo no Brasil e a luta dos trabalhadores e trabalhadoras por direitos.
O Seminário faz parte de uma iniciativa de formação e organização que realizará até o final de 2016 cinco seminários. A intenção deste seminário foi reunir lutadores e lutadoras da classe trabalhadora para debaterem o sindicalismo brasileiro ao longo de sua história, desde o incio da formação do operariado até os dias atuais, conjuntura que vem trazendo em seu bojo a ameaça dos direitos conquistados pelo conjunto da classe, nos colocando a necessidade de fortalecer, resistir e lutar junto aos movimentos sociais e organizações.
Fernanda Jatobá, do CEPIS, retomou o período da luta abolicionista até o golpe de 1964. “É importante que contemos a história da classe trabalhadora brasileira a partir da formação social e econômica do país, ou seja, retomando a luta dos negros e negras pela libertação e por direitos”.
Leidiano Farias, Historiador, destacou que o movimento sindical foi personagem ativo nos principais momentos da história da república brasileira, ressaltando que o surgimento do novo sindicalismo, no final dos anos 70 e início dos anos 80 foi determinante para aprofundar a crise da ditadura militar e consolidou-se como polo central da reorganização da esquerda brasileira nos anos 80.
Júlia Garcia, do Sindicato dos Engenheiros da Bahia, destacou o processo de recomposição da classe trabalhadora promovido pelas ações da política neodesenvolvimentista, e apontou como principal saldo a possível retomada da organização dos trabalhadores, mas colocou como uma das fraquezas desse período a acomodação das direções sindicais e a necessidade de renovação e compreensão da relação partido-governo-movimento sindical.
Por fim, em mesa formada pelo Jornalista Pedro Carrano e Fátima Sandalhel, ambos da Direção Nacional dos Sindicalistas do Projeto Popular, foram apontados os nossos desafios atuais, na construção de um movimento sindical mais ligado aos movimentos sociais, do campo e da cidade, trazendo cada vez mais jovens, mulheres, negros/as, que foram historicamente negligenciados e escamoteados da luta sindical no Brasil, Além de apontarem a importância de construção de lutas unitárias, que incidam diretamente na vida dos trabalhadores e trabalhadoras, politizando cada vez mais o sindicalismo brasileiro.
Fonte: Senge-BA