“Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”. A frase, uma das mais célebres passagens da história política brasileira, encerra a carta-testamento deixada por Getúlio Vargas. Há 61 anos, no dia 24 de agosto de 1954, o então presidente tirou a própria vida em meio à pior crise enfrentada em seus anos de atuação política.
“Getúlio estava deitado, com meio corpo para fora da cama. No pijama listrado, em um buraco chamuscado de pólvora um pouco abaixo e à direita do monograma GV, bem à altura do coração, borbulhava uma mancha vermelha de sangue. O revólver Colt calibre 32, com cabo de madrepérola estava caído próximo à sua mão direita”. É assim que Lira Neto descreve o cenário da morte de Vargas no terceiro volume da série biográfica Getúlio.
A carta-testamento de Getúlio Vargas, que seria transmitida durante aquele dia pelas rádios em todo o território nacional, foi encontrada em um envelope, encostada ao abajur da mesinha da cabeceira da cama do então presidente. Nos apontamentos do biógrafo, o texto, originalmente esboçado por Getúlio, teve sua versão final passada na máquina de escrever pelas mãos de um amigo, José Soares Maciel Filho, já que o ex-presidente não sabia datilografar. O rascunho da carta havia sido encontrado no dia 13 de agosto pelo major-aviador Hernani Fittipaldi, um dos ajudantes de ordem de Getúlio, enquanto arrumava a mesa do presidente.
Por Leandro Melito
Fonte:Portal EBC