Seminário discute futuro do Petróleo no Brasil

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Desde a manhã desta terça-feira (18), mais de trinta sindicatos, federações, confederações e movimentos sociais de dezoito estados brasileiros estão reunidos no bairro do Ipiranga, em São Paulo, para o Seminário Nacional da Energia, Educação e Indústria no Brasil.

Organizado pela Plataforma Operária e Camponesa para a Energia, o seminário pretende discutir junto às organizações de trabalhadores os rumos do petróleo brasileiro e sua importância para o futuro da educação e da indústria.

Com a descoberta do pré-sal em 2007, com reservas estimadas em 176 bilhões de barris de petróleo, o Brasil passou a figurar entre os países com maiores reservas do mundo, o que abriu uma série de possibilidades para o desenvolvimento nacional.

Em 2013, os movimentos populares conquistaram outra vitória. Após mobilizações que reuniram diversos setores sociais, o governo aprovou o Fundo Social do Pré-Sal, que destina parte dos rendimento da exploração do petróleo para as áreas de educação e saúde nos próximos anos.

Entretanto, desde o ano passado, a Petrobrás vive um momento crítico. Após a deflagração da Operação Lava Jato, houve uma série de medidas de desinvestimentos na empresa e, atualmente, está em votação no congresso o PLS 131, de autoria do Senador José Serra, que acaba com a Lei da Partilha.

Setor elétrico

Na mesa de abertura, o integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Gilberto Cervinski, afirmou que o principal objetivo do Seminário é fazer um estudo detalhado do modelo energético atual para orientar os próximos passos das organizações populares para combater as atuais tentativas de privatização do setor.

 

Para Cervinski, o capital internacional pretende aplicar na Petrobrás a mesma política realizada nos anos noventa com o setor elétrico. “O futuro neoliberal do petróleo é a atualidade do setor elétrico. Atualmente, o setor elétrico brasileiro é um centro de especulação, muito parecido com um paraíso fiscal”, comparou.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), Ulisses Kaniak, esta onda de privatização orientada pelo governo tucano durante a década de 90 também afetou diretamente as condições de trabalho dos eletricitários através das terceirizações. “A terceirização é precarização e significa morte, aleijamento, perda funcional. Isto acontece porque estas empresas apenas querem sua parte do lucro e não se preocupam com a saúde do trabalhador”, relatou.

Outro resultado das privatizações do setor é o alto custo da tarifa de energia elétrica. Para a diretora do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (Stiu-DF), Fabíola Antezana, o setor elétrico está refém do modelo privatizado. “Não adianta o setor Eletrobras vender energia a R$ 33 por MW/h, se no mercado livre as empresas estão vendendo a R$ 284 por MW/W. No final, o prejuízo vai ser repassado de qualquer forma para o consumidor residencial”, explicou.

“Nós estamos vendo uma diminuição do consumo de energia, tanto do comercial quanto do residencial, uma diminuição dos investimento em programas sociais, como o Luz Para Todos e, consequentemente, o aumento do desemprego”, concluiu Antenaza.

O Seminário segue até amanhã (19), com análises sobre a conjuntura e apontamentos de mobilizações unitárias para o próximo período.

Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)