Após greve, trabalhadores da Eletrobras conquistam PLR

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Os trabalhadores e trabalhadoras do grupo Eletrobras estão voltando ao trabalho desde a última sexta-feira, quando assembleias por todo o País começaram a aprovar o acordo firmado entre a FNU-CUT (Federação Nacional dos Urbanitários) e a direção da holding.

Após 25 dias de greve, organizada pela FNU-CUT e seus sindicatos, a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) e seus sindicatos, organizados no Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), trabalhadores e trabalhadoras de 13 das 14 empresas do grupo conquistaram uma PLR (Participação nos Lucros e Resultados) que varia entre 116% e 161% sobre o total da folha de pagamento relativa ao mês de dezembro.

Por exemplo: a folha de pagamento da Eletronorte, em dezembro de 2014, foi de R$ 50 milhões. Lá, o índice conquistado foi de 161%, o que significa uma PLR no valor de R$ 80,5 milhões, a ser distribuída entre 3.037 trabalhadores. Na Eletrobras, 50% da PLR são distribuídos de forma igual a todos, e a metade restante, proporcionalmente aos salários.

Pelos cálculos de Fernando Pereira, coordenador de Energia Elétrica da FNU e um dos articuladores da greve e da negociação, a menor PLR na Eletronorte será em torno de R$ 17 mil.

“Foi um resultado importante, em virtude da conjuntura”, comemora Pereira, em referência ao momento de retração econômica e ao fato de as empresas do grupo Eletrobras terem tido, em 2014, prejuízo financeiro. Apesar disso, a PLR foi conquistada porque os resultados operacionais, ou seja, a produção, transmissão e distribuição de energia aumentaram no mesmo período. “Os trabalhadores fizeram sua parte, incrementando a produtividade”, explica o dirigente sindical (leia mais sobre esta questão clicando aqui).

Furnas

Até esta quarta-feira, 24, a única empresa onde o acordo não havia sido fechado era Furnas, cuja principal base operacional fica no Rio de Janeiro. A direção do grupo Eletrobras já avisou que pediu ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) uma audiência de conciliação para resolver o impasse com os 3,2 mil trabalhadores de Furnas.Fernando Pereira comanda assembleia. Foto: arquivo pessoalFernando Pereira comanda assembleia. Foto: arquivo pessoal

A mesma possibilidade de recorrer ao TST havia sido anunciada pelo grupo na última sexta-feira, depois de sua direção ter definido aquela que seria sua última proposta de negociação aos grevistas. A derrota no TST era dada como certa pela maioria dos sindicatos, segundo Pereira. “O Tribunal julga com base na letra da lei. Iria dizer: como uma empresa com prejuízo pode conceder PLR?”, explica.

Por isso, a FNU está recomendando à base de Furnas que realize nova assembleia para reavaliar a decisão de manter a greve. Caso perca no TST, a base de Furnas não receberia PLR.

Escrito por: Isaías Dalle